A apresentação esteve a cargo do Sr. Cón. Esteves Alves, que prefacia o livro. Começou por afirmar que o apresentador deve suscitar o apetite pela leitura da obra, tendo a missão sido cumprido, pois fez uma síntese do contexto histórico do romance e acentuou as qualidades literárias/estilísticas da narração, queexemplificou com a leitura de algumas passagens. "No romance está bem patente o historiador rigoroso, o narrador de diálogos genuínos e vivos, o retratista de traços de carácter, o criador de ficção romanesca", referiu, qualificando o autor como o poeta da palavra e o mestre da limpidez da linguagem. Como aspectos relevantes da obra, realçou três: i) a rara beleza da descrição das paisagens com contrastes carregados de metáforas; ii) a vivacidade dos diálogos; e iii) a genial recriação das reacções populares.
O Dr. Joaquim Correia Duarte confessou o prazer que lhe suscitou escrever este romance histórico, pois foi uma forma de investigar uma época conturbada com actores e factos situados no Douro (alguns dos quais no concelho de Resende, como o célebre Justiniano de Córdova). "Aqui contam-se factos e acontecimentos verdadeiros, a partir dos quais se desenharam cenários", disse. Referiu que o que não se pode dizer num registo de investigação histórica poder-se-á fazê-lo num romance histórico. Como diria um elemento da direcção da Academia Portuguesa de História (que o Dr. J. Correia Duarte trouxe à colação), que após se interrogar se o livro pertencia mais ao domínio da história ou do romance, concluiu: é mais história, mas também é romance; leiam a história e desfrutem do romance. Lembrou que no livro se contam histórias que, embora não sendo verdadeiras, são prováveis.
A última intervenção coube ao Presidente da Câmara Municipal, Eng. António Borges, que realçou as qualidades do Sr. Padre Joaquim na sua dimensão humana e cultural ao qual a comunidade de Resende está agradecida e pelo qual sente orgulho. "Momentos como este são muito gratificantes aos quais talvez não saibamos dar o devido apreço", referiu.
Da contra-capa
O Douro em Chamas é a memória dos tempos de terror e confusão que se viveram no Douro e no país, ao longo de quase todo o século XIX.
Despotismo Pombalino, Invasões Francesas, Guerra Civil, guerrilhas da Patuleia, nada falta nesses malditos tempos para dividir os portugueses, facultar o crime e as vinganças, semear sangue e lágrimas, desgraçar inúmeras famílias e empobrecer o país.
"(...) O presente livro, com verdade histórica servida em bandeja literária ornada de imaginação e fantasia, pretende trazer ao conhecimento de todos os leitores o que se passou aqui, no nosso Douro, nesses tempos espinhosos de mudança.
No meio de tudo, a história ficcionada do amor proibido de dois jovens que tentou vencer os ódios políticos dos seus progenitores, mas que veio a acabar numa incomensurável tragédia.