José Sócrates disse, várias vezes e muito antes da constituição da Comissão de Inquérito, que não tinha tido nenhum conhecimento oficial das negociações entre a PT e a TVI e que o Governo não tinha sido ouvido. Ou seja, aquilo que sabia resumia-se a conhecimento informal, através dos jornais.
Desde então houve centenas de manchetes e de aberturas de telejornais, houve inúmeras entrevistas e muitas quadraturas pachequistas e houve até uma Comissão de Inquérito, inquisitorial, que perguntou, ameaçou, inquiriu e voltou a inquirir; que quis politizar a justiça e judicializar a política; que esventrou privacidades e enlameou cidadãos; que traiu princípios e violentou a Constituição; e que, afinal, não conseguiu provar nenhum facto para além daqueles que já eram conhecidos.
Qual a solução?
Em vez de um relatório vai de escrever um romance. Redigir uma ficção. E o “cronista” de serviço do reino “Social Bloquista”, João Semedo, foi isso que fez. Vestiu a pele de escritor cirúrgico. Pegou no bisturi de amputador de frases. Mascarou-se de divulgador de ideias prévias. Foi, objectivamente, ventríloquo vá-se lá saber de que interesses…
Resta-nos ficar à espera da publicação comercial dos próximos capítulos pelas editoras habituais…