O presidente da Câmara de Resende anunciou hoje o encerramento de mais dez escolas do ensino básico no concelho, passando os cerca de 400 alunos a frequentar um novo centro escolar, localizado na sede do concelho.
Trata-se de “um investimento de cerca de dois milhões de euros”, que se integra no reordenamento da rede escolar do concelho, que deverá ficar concluído em 2012, quando se prevê que todos os alunos estejam agrupados em três centros escolares, disse António Borges.
Em 2006, com a abertura do Centro Escolar de S. Martinho de Mouros, a autarquia encerrou 14 escolas, com o centro escolar de Resende encerrará mais dez, restando apenas mais quatro escolas, que irão integrar o terceiro equipamento a construir em S. Cipriano.
O novo centro escolar, que abrirá portas em Resende no início do próximo ano letivo, inclui 21 salas de aulas, todas com quadros interativos e outros equipamentos considerados “essenciais ao bom funcionamento de uma escola”, sustentou o autarca.
O acordo entre a Câmara de Resende e o Ministério da Educação, através da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) relativo ao encerramento das dez escolas, será assinado na próxima semana.
A autarquia garante transporte escolar entre a casa e o estabelecimento de ensino, assim como refeições, acesso às novas tecnologias, desporto escolar, biblioteca e inglês.
“É um novo modelo pedagógico e um investimento essencial para o concelho, que garante o acesso à escola em condições de igualdade e a mesma condição de aluno a todas as crianças do concelho", afirmou António Borges.
Em declarações à Lusa, o autarca disse que “o sucesso deste modelo” foi testado com o Centro Escolar de S. Martinho de Mouros (CESMM).
“Por exemplo, na freguesia de Barrô, no dia em que colocamos transporte entre casa e o jardim escolar do CESMM, a frequência do jardim passou de três para 24 crianças”, sublinhou.
Mas o maior motivo de orgulho e “a prova de que este é o caminho” foi o prémio nacional da matemática e das novas tecnologias atribuído em 2009 pela Fundação Ilídio Pinho. Este prémio distingue anualmente os melhores projetos educativos nacionais, em diferentes áreas.
“Não haverá melhor forma de expressar o que é a transformação da escola do que a capacidade de em três anos os alunos poderem, de facto, competir em termos nacionais e conseguir essa distinção. Tratou-se de uma turma de uma zona onde se registava a maior taxa de insucesso e abandono escolar do país”, frisou.
Assim, o autarca disse não entender as críticas de alguns autarcas à decisão do Ministério da Educação de prosseguir com o encerramento de escolas.
“Não tenho a ousadia de falar pelos outros colegas, mas aqui, em Resende, seria irresponsável não seguir este caminho. A alternativa seria deixar tudo como estava, mantendo muita gente fora da escola, que é o que mais penaliza o concelho”, disse, considerando que “o isolamento será, provavelmente, o principal fator de exclusão escolar dos nossos jovens”.