Em Porto de Rei, os verdadeiros reis e rainhas são, por estes dias, quem se estende ao ócio e do Sol se refresca nas águas do Douro, o rio que banha o concelho de Resende.
Em dias úteis são essencialmente turistas, emigrantes e locais em férias. Mas ao fim-de-semana o sítio torna-se ainda mais apetecido.
As infra-estruturas disponíveis neste parque fluvial, situado na freguesia de São João de Fontoura e desviado cerca de quatro quilómetros da Estrada Nacional 222, são convidativas: praia, piscina, solário, campo de jogos, parque de merendas com imensa sombra, campo de jogos, bar e restaurante, cais de acostagem para embarcações turísticas e de recreio, entre outras diversões.
É esta diversidade que atrai tanta gente. Elas e eles estendidos ao Sol, jovens que chapinham na água, casais que entram no rio até à cintura e voltam a sair, um almoço tardio num pequeno iate atracado no cais, pai e filho que se entretêm à pesca enquanto fazem a digestão, e muita gente à sombra, estendida a dormitar, a jogar à malha e às cartas, ou simplesmente a conversar. E há rapazes há jogar futebol: “João, passa! Passa João! Oh pá, passa a bola! Fogo…”
Perto do cais, na zona mas arredada do gentio, um grupo de patos belisca num molho de algas o que só eles devem saber. Algo de sustento, por certo. Ao longe, ouve-se o tronar do comboio sobre a linha do Douro. Um apito. Há quem se levanta e corra a registar a passagem do pouca-terra-pouca-terra. E depois, tudo volta à calma que uns dias de férias exige.
É o João que agita de novo os ares. Não o que não passou a bola ao colega. Outro mais crescido que avança pela água fora com uma rapariga ao colo, ela agarrada com força ao pescoço dele. “Larga-me, João. Larga-me! Em vão. Se o objectivo dele era desassossegar a moça, conseguiu. Se o objectivo dela era vingar-se ali mesmo, não o alcançou. Aonde já ia o João… É assim, o lazer aproveitado ao máximo em Porto de Rei.
EDUARDO PINTO