A história tem-nos mostrado ciclos destes ao longo do tempo. Portanto, não cabe aos políticos e aos detentores democráticos do poder escolher governar neste ou naquele contexto sócio-económico e político, muito menos hoje quando todos os factores interagem globalmente.
O que cabe aos líderes políticos que se encontram no poder ou na oposição é terem a coragem de tomarem as medidas políticas que possam dar uma resposta aos problemas com que se confrontam os seus países e os seus concidadãos.
É disto que se trata também hoje e agora em Portugal.
Agir, num contexto de grave crise internacional, para equilibrar as contas públicas e sem colocar em causa os fundamentos basilares nas nossas opções fundamentais, neste caso o Estado Social, ou seja o Estado que se preocupa com as pessoas e que tenta por via fiscal e por via do apoio social ajudar quem mais precisa, seja na saúde, na educação ou na segurança social.
E neste contexto, as recentes medidas de austeridade que foram apresentadas por José Sócrates na semana passada, que nenhum líder toma de ânimo leve, são difíceis para os portugueses, mas são corajosas e respondem aos problemas enunciados. E são difíceis e corajosas porque cortam na despesa e como tal no rendimento de muitas famílias através da redução do salário e ainda aumentam alguns impostos que se financiam no consumo de todos os portugueses, como é o caso do IVA.
Mas há um dado relevante a ter em conta, é que 2/3 do valor envolvido neste plano virá da redução da despesa do Estado e só 1/3 do aumento de receita.
Os dados estão lançados. Resta agora aos partidos, nomeadamente ao PSD e a Passos Coelho, fazerem opções claras: se querem ser responsáveis ou se querem mais uma crise, sobre a actual crise.
Os portugueses vão estar atentos.