O Bloco de esquerda assume esta luta contra o portajamento das SCUTS, como uma luta contra o subdesenvolvimento do interior e a redução de rendimento disponível das famílias. A A24 e a A 25 são usadas por milhares de trabalhadores no seu itinerário diário para o local de trabalho, inexistindo qualquer via alternativa digna desse nome.
Para retratar essa situação, basta atentar que dois dos maiores empregadores do Distrito, como é o caso da PSA, em Mangualde, e da Martifer, em Oliveira de Frades, recrutam bastantes trabalhadores de outros concelhos, que têm a A25 como único meio de se deslocarem. Por isso, as portagens irão traduzir-se num significativo arrombo ao poder de compra desses trabalhadores.
Como se encontra já demonstrado, a EN 16 não é alternativa para quem tenha de se deslocar, facto agravado pela inutilização do traçado do IP5 com a construção da A25, deixando aquele de poder ser uma alternativa... Importa pois que agora, e atendendo à expressiva votação da moção apresentada pelo BE na Assembleia Intermunicipal da CIMRDL, que congregou a esmagadora minoria dos votos de todas as forças políticas, os deputados eleitos pelo distrito à Assembleia da República saibam ler estes resultados e votem, ao contrário do que fizeram em Julho, ao lado dos interesses do distrito, aprovando o projecto de lei do BE que revoga a imposição de portagens nestas duas vias.
É tempo de se saber quem está com as populações do Distrito e de passar de palavras a actos! A posição dos deputados do PSD, eleitos por Viseu, que viabilizaram as portagens, é sintomática da subordinação das justas pretensões do Distrito à máquina partidária. Do lado dos deputados do PS faltou coragem para cumprir com a palavra dada aos eleitores... Já vai sendo tempo de as pessoas saberem em quem votam!