Acácio Pinto Deputado do PS |
São quatro as principais áreas que irão estar subjacentes em todas as políticas e iniciativas a desenvolver pelo Governo.
A primeira é a da consolidação das contas públicas.
É crucial para a Portugal não só conseguir atingir o deficit de 7,3% no final deste ano de 2010, como também conseguir baixá-lo para 4,6% no final de 2011.
É bom que os partidos da oposição não fiquem à espera de intenções de voto e de popularidades fáceis para abrir as hostilidades e aprofundar a crise. O interesse nacional deverá estar primeiro e esse exige uma convergência em torno deste objectivo estratégico.
A segunda área é a das qualificações.
Portugal tem que prosseguir no rumo das qualificações dos portugueses se quer avançar na modernização, na competitividade e, afinal, no desenvolvimento.
Não nos esqueçamos do forte esforço dos últimos anos em educação que permitiu que os alunos portugueses atingissem a média da OCDE a nível de conhecimentos, que o abandono escolar se reduzisse drasticamente e, finalmente, o grande aumento do investimento em ciência, de 0,8% do PIB para 1,71% (nos últimos 4 anos), que nos coloca numa boa posição a nível europeu, sendo, contudo, necessário prosseguir este rumo.
A terceira área é a do crescimento económico.
É determinante para Portugal continuar a crescer, nomeadamente, a nível das exportações e aumentar ainda mais aquilo que temos vindo a conseguir a nível da diversificação dos mercados e a nível da intensidade tecnológico nos produtos que exportamos.
É bom relembrar que, já este ano, entre Janeiro e Setembro, o crescimento das exportações foi de 15%.
A quarta área prende-se com uma agenda social.
Temos que prosseguir o aprofundamento da rede de creches que permita aos jovens casais poder encontrar uma resposta para os seus filhos. Mas também a rede de lares e sobretudo a de cuidados continuados precisam de ser aprofundadas. Aliás a rede nacional de cuidados continuados nasceu com o Governo anterior e está a ser consolidada e ampliada com este Governo.
Mas nos apoios sociais temos que ser muito rigorosos para não deixarmos de dar apoio a quem dele, efectivamente, precisa. Daí que se tenha que aprofundar a fiscalização para os falsos beneficiários de rendimentos sociais.
Há também que prosseguir, em articulação com todos, a identificação de bolsas de desigualdade ou pobreza para que se possam tomar as melhores medidas. Este é aliás um daqueles temas que não deve deixar ninguém indiferente e que ninguém deve comentar com a sobranceria de que a culpa é dos outros. Todos, enquanto sociedade, temos culpa. Não fica bem a nenhum candidato, seja à presidência, seja a quaisquer cargos, vir introduzir a pobreza e a fome como arma de arremesso. Poderá na primeira curva cair-lhe em cima, qual efeito boomerang.