Acácio Pinto Deputado do PS |
Então onde é que estava Cavaco Silva quando o BPN, dos seus amigos, foi nacionalizado? Não era já Presidente? Por que razão não falou na altura? Por que razão não contestou nessa altura a administração que foi nomeada para o BPN? Por que razão não se insurgiu contra a nacionalização? A administração deixou entretanto de ser profissional e independente? Passou só agora a estar em part-time? E por que razão não explica o modo como negociou, em tempo, os seus investimentos na SLN, que era a detentora principal do BPN?
Estamos perante um candidato que executa um bailado estratégico, um bailado sem nível por obscuro e sem qualquer tipo de remorsos perante quem quer que seja. Cavaco Silva só pode estar a querer desprezar o direito ao debate e à informação dos portugueses.
O problema é que Cavaco Silva criou na sua própria cabeça a imagem de que é um ser acima de qualquer crítica, um ser impoluto, que está acima dos seus concidadãos, que é intocável, que é o detentor do saber todo, que está acima de qualquer partido e, portanto, não consegue encaixar as assertivas críticas que lhe começam a ser feitas e considera-as, mesmo, injustas, inadmissíveis e sem fundamento e, só falta mesmo, considerá-los um crime contra o Estado.
E depois refugia-se naquilo que faz quem não quer dar as explicações que o povo merece: não comento; não voltarei a pronunciar-me sobre este assunto; estou a ser alvo de ataques baixos.
Será ataque baixo pedir transparência? Pedir-lhe que explique como houve tais valorizações de activos? Ou será que também acha que isto para ser mesmo perfeito era não ter povo que pense diferente?
NOTA: A propósito de part-times: Será que nos pode, o candidato Cavaco Silva, dizer quantos part-times teve ao longo da sua vida?
2. À semelhança da Administração Pública, também as empresas públicas de capital exclusiva ou maioritariamente público e as entidades públicas empresariais vão ter que cumprir com a redução global de 5% nas remunerações dos seus trabalhadores com base na Resolução do Conselho de Ministros nº 1 de 2011.
Ficam assim dissipadas quaisquer tipos de dúvidas sobre uma excepção que aquando da aprovação do Orçamento de Estado se tentou atirar contra o Governo e contra o PS.
Não há excepções. Este sector empresarial tem que ter uma redução efectiva das remunerações à semelhança da Administração Pública. Mais, nessa Resolução veda-se igualmente a possibilidade de compensações directas ou indirectas para essas reduções remuneratórias, que terão que atingir, de forma progressiva, todos os trabalhadores que aufiram mais de 1500 euros, tal como na função pública.
Coisa diferente, são as providências cautelares dinamizadas pelos sindicatos que irão ser interpostas em tribunal contra as reduções remuneratórias que, num estado de direito democrático, nos resta aguardar o resultado e acatá-lo qualquer que ele seja.