Ministério da Educação corta apoio financeiro Externato D. Afonso Henriques - Resende - Estabelecimento de Ensino em Protesto
O Externato D. Afonso Henriques é uma Escola de Ensino Particular e Cooperativo com sede em Resende, distrito de Viseu. Surgiu em 1963, para alunos do 5º ao 9º ano, dando resposta de continuidade educativa às crianças que terminavam a escola primária. Durante mais de uma década foi a única resposta educativa de serviço público no concelho. Quando surgiu a Escola EB2 (em 1977 - então EB2/3), o Externato foi-se extinguindo nestes anos e viria a reabrir em novas instalações, agora para dar resposta à continuidade dos alunos que saíam da Escola EB2/3 e que, de outra forma, terminariam aqui o seu percurso educativo. Até 1987 foi a única Escola com Ensino Secundário no concelho. Desde então, com a construção da Escola ES/3 D. Egas Moniz, ambas têm coabitado com os mesmos níveis de ensino, algumas áreas comuns e outras distintas. Não viemos fazer concorrência à Escola do Estado, até porque nascemos primeiro. Não manipulamos opções de escolha, apenas pedimos que respeitem a escolha dos pais, como prevê a Constituição da República Portuguesa. Com as dificuldades próprias da interioridade, esta Instituição tem procurado dar a melhor resposta aos jovens alunos cujos pais escolhem o nosso Projecto Educativo como orientação para o futuro dos seus filhos. Orgulhamo-nos do nosso passado, porque daqui têm saído milhares de jovens que, nas mais diversas universidades do país, têm honrado esta “família” que os ajudou a crescer. Congratulamo-nos com os milhares de profissionais que em todo o país continuam a sentir as marcas dos seus educadores.
Mas tememos que esta realidade tenha os dias contados, porque parece-nos viver num país sem memória que reduz a história a meros interesses de ordem ideológica e económica, onde pessoas e instituições se descartam como lixo, porque já não são precisas. Com a recente publicação do Decreto Lei nº 138-C de 28/12/2010 e da Portaria nº 1324-A de 29/12/2010, o Ministério da Educação parece querer asfixiar as Escolas de Ensino Particular e Cooperativo, seja pela redução de turmas, seja pelo financiamento precário que quer atribuir por turma. Não conta a liberdade de escolha dos pais em relação à educação que querem para os seus filhos, não contam os resultados obtidos e a qualidade do ensino ministrado, não contam as pessoas que ao longo de muitos anos gastaram as suas vidas em prol da construção dum ensino de qualidade, não contam os Projectos Educativos e os seus sucessos… afinal o que conta para além dos números?! A ideologia de um ensino manipulado pela tirania do poder?!
Não permitiremos que nos silenciem desta forma! Poderão tentar asfixiar-nos lentamente, mas, enquanto tivermos voz, continuaremos a gritar pela defesa da liberdade de aprender e ensinar.
O Director
José Augusto Marques