Hélder Amaral Deputado do CDS-PP |
Esta é a factura de um Estado com décadas de desperdício, disparate, despesismo, ilusões fáceis vendidas a troco de votos. Um modelo político e social a que é preciso pôr termo urgentemente. Pedir a socialistas ou sociais-democratas que o façam, que mudem o paradigma que lhes dá origem ao nome e à existência, é o mesmo que pedir ao leão que seja vegetariano. Por isso, e também pelos evidentes sinais de saturação, cansaço, desapego à realidade e falta evidente de alternativas, este Primeiro-ministro e este Governo devem sair. Mas que ninguém espere facilidades para o dia seguinte, e, sobretudo, que não esperem do próximo Governo o paraíso. Deseja-se um Estado menos esbanjador, sem a presença asfixiante de hoje.
Há no entanto algo que os portugueses podem fazer para ajudar a sobrevivência financeira do País, que é trabalhar mais e melhor - ou seja, aumentar a produtividade para conseguirmos ser mais competitivos e vender mais. Não parece impossível, como o provam muitas das empresas do nosso distrito. O que falta então? Falta vontade, afastar de vez a atitude de laxismo e facilitismo que se instalou em Portugal, com a consequente promoção de alguma mediocridade e “yes-men” nas posições de liderança. É urgente mudar de práticas, por vontade própria ou obrigados, ou seja, a bem ou a mal. O endividamento do País atingiu níveis insustentáveis para uma economia com fraco grau de crescimento, com défice crónico das contas públicas e da balança comercial. Empobrecemos todos os dias, e não fazemos nada? Tal como no passado, sobreviveremos com os sacrifícios que terão de ser feitos e a que nós nunca viramos a cara, mas o choque da realidade vai ser duro. Vamos dar a volta, e quando mais cedo melhor.