António Almeida Henriques Vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD |
As contradições são mais que muitas.
Ainda no inicio desta semana, depois de muitos avisos, é o próprio Governo que vem assumir que não avançará com o TGV, depois de o Primeiro-ministro ter afirmado na segunda-feira da semana passada que era para continuar.
O mesmo que afirmava no mesmo dia ser um dever patriótico não aceitar a entrada do FMI, dizia que “ entre nós e o FMI há 10 milhões de Portugueses, ajuda externa é o último recurso” vem 48 horas depois defender a intervenção, com o mesmo argumento, o sentido patriótico.
No mesmo dia, quarta-feira dia 6 de Abril, o Financial Times anunciava o recurso à ajuda externa de manhã, Sócrates desmentia de imediato, Ministro das Finanças preparava durante o dia mudança de opinião e o Primeiro-ministro anunciava à noite, o País governado com recurso à táctica, com birras e Estados de Alma.
Quem abriu as portas ao FMI foi a péssima governação do último ano
Fica bem patente na apresentação do PEC IV, que dez dias depois já estava ultrapassado quando o INE apresentou as contas do Estado; afinal de contas o nosso défice nunca esteve abaixo dos 3%, como alardeou José Sócrates, só no ano de 2010 há um desvio de mais de 3.000 milhões de euros.
Aquilo a que temos assistido é a uma peça de teatro de má qualidade, com um actor que consegue ler os diferentes argumentos com a mesma convicção, com o mesmo rancor e sempre com um espírito de confronto.
O grande comício que o PS encenou durante o fim-de-semana, com oradores pré inscritos, discursos encenados com teleponto, onde não faltaram as camionetas e as bandeiras nacionais, num partido que perdeu o sentido auto-crítico, que deixou de falar dos problemas com que os portugueses se confrontam, onde os que têm opinião diferente são proscritos.
Um País que entrou quase na bancarrota com esta governação, cuja dívida externa bruta atingiu os 230% do PIB e, em termos líquidos está quase nos 100%, onde o desemprego aumentou duma forma galopante com o desespero dos que estão nesta condição há mais de uma ano, mais de 300.000 e os jovens, designadamente à procura de primeiro emprego.
A dívida das empresas públicas é de 30% do PIB, cerca de 60.000 milhões de euros e 1/3 é do sector dos transportes, com a Transtejo, Soflusa, Metro de Lisboa e Porto e Refer.
Depois da peça de teatro encenada por José Sócrates e de todos os desenvolvimentos ulteriores, assistimos a mais uma “birra”, desta vez do Ministro das Finanças, que empurrava para os partidos da oposição a responsabilidade das negociações, finalmente o ridículo veio ao de cima e o governo de gestão teve que assumir que é seu dever faze-lo.
Em contraste com esta arrogância, este autismo galopante, com a crispação permanente a que nos habituou José Sócrates, o Presidente do PSD Pedro Passos Coelho vai marcando pontos com as suas ideias, com uma natural tranquilidade de quem tem consciência das enormes dificuldades mas que sabe o caminho que temos de trilhar.
E essa passa por restaurar a confiança dos mercados no nosso País, o que só se consegue com uma estratégia que faça voltar a crescer a nossa economia, o que os mercados querem é saber como vai Portugal honrar os seus compromissos.
Com uma postura serena, enquanto o PS se acantona para defender o seu líder e os inúmeros cargos que alimenta, o PSD vai abrindo à sociedade, veja-se a liderança de Lisboa com Fernando Nobre, o assumir do compromisso de Pedro Passos Coelho de um Governo abrangente com 10 Ministros e pouco mais de 25 Secretários de Estado, a defesa do emagrecimento da máquina do Estado, para poupar mas também para dar o exemplo.
Ao mesmo tempo há que ter esperança, só o PSD pode devolver a credibilidade ao País e colocar em marcha um Plano que nos tire desta difícil situação.
Iremos apresentar um Programa de verdade, realista, mas mobilizador, que passará pela aplicação de três prioridades:
Um Programa de Emergência Social, que apresente soluções inovadoras e consistentes para combater o desemprego e que ajude a inverter a tendência para o crescimento dos números da pobreza e da exclusão social.
Um Programa de Estabilização Financeira, com soluções que dêem resposta aos problemas do endividamento externo e da dívida pública e que contribua para o fortalecimento do sistema financeiro.
Uma Agenda para o crescimento, competitividade e Emprego, com medidas para melhoria da produtividade e para criação de mais valor.
Não é uma fatalidade continuarmos a “definhar”, é possível mobilizar as sociedade para uma Mudança de Vida com o PSD a liderar um Governo de abrangência nacional.