Acácio Pinto Deputado do PS |
E se por escassos momentos pensássemos num país que está na vanguarda das novas tecnologias e na governação electrónica? Em que os alunos, do básico ao secundário, têm acesso generalizado a computadores e a ferramentas electrónicas? Em que há empresas de software que são líderes mundiais e exportam a sua tecnologia para os projectos mais sofisticados no mundo?
Num país que apostou nas energias renováveis como estratégia de segurança energética e de combate à importação de recursos fósseis? Que tem empresas que são referenciais a nível mundial na energia eólica e foto voltaica? Que tem a maior central foto voltaica do mundo e a melhor incubadora de empresas do mundo? Em que 52% da electricidade consumida tem origem verde?
Num país que tem das mais baixas taxas de mortalidade infantil a nível mundial? Que lidera ou está entre os primeiros, no mundo, nos transplantes de alguns órgãos, como fígado e rins? Que tem um Serviço Nacional de Saúde que funciona e permite uma acessibilidade a cuidados de saúde primários e hospitalares de elevada qualidade?
Um país que tem o maior fabricante de canoas / caiaques do mundo e que produz das mais premiadas em competições internacionais e concretamente nos jogos olímpicos? Um país que produziu e produz fatos de banho para natação que permitiram bater inúmeros recordes olímpicos? Que tem treinadores de futebol de primeiríssimo plano? Atletas de grande craveira competitiva?
Um país com um Nobel da Literatura? Com pintores e escultores conceituados internacionalmente? Com arquitectos a receber os maiores prémios mundiais de arquitectura? Com artistas musicais que cantam e encantam nos palcos internacionais?
Não vou prolongar a lista com o calçado, com a indústria automóvel, com a cortiça, com a indústria de componentes eléctricos e electrónicos, nem com a investigação científica e com a duplicação do investimento em ciência que aconteceu nos últimos cinco anos, nem com os indicadores de segurança, nem com a qualidade das inúmeras missões internacionais em que participou ou organizou.
Só por estes exemplos, fica bem claro que não estamos perante nenhuma década perdida. Que não estamos perante nenhum país subdesenvolvido como tem sido pintado por uns quantos políticos que mais não fazem do que estar sempre do lado contrário, muitos deles, tão só pelo facto de num qualquer dia da sua vida não terem sido os escolhidos ou terem sido apeados do desempenho de umas quantas missões nacionais ou internacionais. E isso não se chama comentário político, chama-se “ressabiamento”.
O país de que falo é Portugal.
Sim, Portugal.