No passado dia 20 de Junho, pelas 11:30 horas, o Clube de Xadrez de Santa Marinha de Zêzere dirigido pelo professor Fernando Valentim apresentou um jogo de xadrez humano inserido no programa da semana cultural da escola.

32 peças humanas de xadrez, movimentaram-se de acordo com um jogo de Xadrez realizado por dois alunos do clube, participando desta forma em cena 34 alunos e o professor a apresentar.

O jogo foi uma magnifica encenação, com todas as peças devidamente ornamentadas, movimentando-se sobre um tabuleiro de 49 m2, com o jogo a desenrolar-se num computador, com um projector a apresentar em painel. O jogo serviu ainda para apresentar as regras aos alunos que o presenciaram.

O Clube de Xadrez da EB 2/3 de Santa Marinha do Zêzere, funciona pelo 2º ano consecutivo, fazendo parte do Projecto TEIP – Territórios Educativos de Intervenção Prioritária, dele dependendo o seu funcionamento, uma vez que trouxe apoio financeiro ao seu desenvolvimento.

Segundo Fernando Valentim, o clube assenta em três actividades diferenciadas. O clube tem como função principal a aprendizagem das regras do jogo, para o qual contou com duas horas semanais em sala de aula. Neste espaço realizara-se mais de mil jogos em dois torneios: Campeonato do Agrupamento e a Taça da Rainha.

Uma segunda actividade prendeu-se com a criação do jogo de xadrez humano, sendo o mesmo realizado pelos alunos do clube. Como este clube teve 28 elementos activos, contou com a colaboração de mais 8 elementos de outros clubes da escola que se associaram ao evento, e a quem foi ensinado as regras do jogo e movimentação.

Uma terceira actividade prendeu-se com a aprendizagem do xadrez no 1º ciclo, levando a mesma a cinco escolas do Agrupamento, projecto este que se vai estender no próximo ano lectivo a todas as escolas do mesmo.

Este Projecto vai ser desenvolvido, pela necessidade de incutir nos alunos uma maior concentração em sala de aula. O mérito do xadrez é enorme, respondendo à necessidade de dar possibilidade de cada aluno progredir segundo o seu próprio ritmo, aumentando assim a sua motivação pessoal. De facto, segundo o docente, observando-se grupos de crianças jogando xadrez, verifica-se que os progressos atingidos seguem ritmos muito diferentes, o que permite concluir da importância de se aplicar uma pedagogia de níveis em detrimento de uma pedagogia orientada para grupos etários. O xadrez aparece assim com uma virtude reconhecida, não aceitando o respeito da idade e muito menos o da notoriedade social.

Quando introduzido em grupos de baixo rendimento escolar, é um excelente auxílio no sentimento de autoconfiança, tendo oportunidade de descobrir uma actividade onde se podem destacar e paralelamente progredir nas diversas disciplinas académicas.

É reconhecido que as crianças que praticam xadrez melhoram notavelmente a sua capacidade de raciocínio, criatividade e inteligência, o que se reflecte num melhor rendimento escolar. Para o docente Fernando Valentim este é o caminho do futuro, congratulando-se com a iniciativa de Garry Kasparov, que anunciou o lançamento do programa “Xadrez na Escola”, que pretende ver instalado em todas as escolas dos 27 países da União Europeia. Segundo refere Kasparov, o xadrez tem muito para oferecer à educação e ao desenvolvimento das crianças. O referido projecto será para crianças dos seis aos dezoito anos, o que no entender do professor Fernando Valentim contribuirá para melhorar significativamente a educação, se o mesmo for correctamente implementado. A este respeito refere que a sua escola já deu os primeiros passos, aprovando já a introdução da disciplina de Xadrez para os sétimos anos de escolaridade, numa experiência piloto, que espera, venha a dar resposta positiva.

Finalmente, refere que o clube vai duplicar o número de alunos, e que outros espectáculos se seguirão.

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