Hélder Amaral Deputado do CDS-PP |
O turismo continua a ser o campeão das nossas exportações. Obriga, por isso, a olhar com um pouco mais de cuidado para o sector. Impõe-se uma declaração de interesses, pois não sou isento na análise das políticas do sector. Entendo ser fundamental agir, e depressa. Apesar da crisem as receitas turísticas, segundo os dados do Banco de Portugal, subiram 7,8% no mês de Julho; comparando com igual mês do ano passado, subiu 51,2%, ou seja, valeram 999,9 milhões de euros. Registou-se no entanto uma quebra nos portugueses que viajaram para destinos internacionais, o que reforça a importância do turismo interno e da necessidade de olhar com atenção ao que se passa nos mercados emissores, onde vai surgindo algum poder de compra, como a China.
A China, outra potência cultural, tem mudado muito mais do que parece à primeira vista. Foi noticia esta semana que o Homem mais rico da China, Liang Weng, empresário ligado à construção, irá entrar para o Comité Central do Partido Comunista Chinês. Estão a imaginar um “Melo” ou “Amorim” numa reunião do PCP com Jerónimo de Sousa, não estão? Dá para ver o longo que caminho que falta fazer por cá. Na China, pelos vistos, já se pode falar em “capital e trabalhador na mesma luta”. A verdade é que a China tem vindo a tornar-se uma das principais economias emergentes nos últimos anos, e é já o principal emissor turístico da Ásia; 4,1% das suas viagens ao estrangeiro tiveram como destino a Europa, qualquer coisa como 2 milhões de turistas em 2010. Aqui está uma oportunidade a não perder. Os nossos vizinhos Espanhóis, percebendo a importância deste mercado, apresentaram já em Pequim um plano Turismo China. Objectivo? Captar 300 mil turistas em 2012, e um milhão em 2020. Alguns podem chegar cá, mas julgo que se deve fazer mais, e não esperar apenas pelos Charters que venham ver um qualquer jogador da bola.
Em Viseu, o Dia Mundial do Turismo também trouxe mudanças. No âmbito das comemorações, a Turismo Centro de Portugal (TCP) inaugurou as suas novas instalações em Viseu – o WELCOME CENTER VISEU -, localizadas em pleno centro histórico, junto ao Museu Grão Vasco e à Sé Catedral, no local onde já devia estar há muito tempo (quem não se lembra das divergências entre a Autarquia e a defunta Região de Turismo Dão Lafões sobre a Casa do Adro, recuperada com dinheiros do Turismo, mas até à data ao serviço de outras actividades, seguramente meritórias). Segundo os dirigentes, o novo Welcome Center vem dotar a cidade de um pólo de marca turística Viseu/Dão Lafões (pois isto agora é só um Pólo), de instalações modernas, permitindo optimizar e qualificar o atendimento turístico, promover a venda de merchandising, apoiar os agentes locais e regionais do sector... Tudo muito bem. O que se espera é que esteja aberto não no horário da Repartição de Finanças, mas no dos turistas, e para quem precisa dos serviços que pretende vender, como módulos multimédia para apresentação da Região Vitivinícola do Dão e de outros produtos regionais de excelência (vg, maçã Bravo de Esmolfe, Queijo Serra da Estrela, o mel, ou as infusões e chás). Segundo o seu Presidente - e tem razão -, “Viseu e toda a região de Dão Lafões é a mais importante porta de entrada para o mercado espanhol”. Desejamos todos que sim, a bem do turismo e da região.