Acácio Pinto Deputado do PS |
Sendo inúmeros os exemplos, deixarei aqui apenas alguns para documentar a minha tese.
1. A escola a tempo inteiro que foi uma importante marca dos governos anteriores e que veio permitir uma importante resposta de qualidade às famílias, está em grave risco em resultado do ataque às atividades de enriquecimento curricular.
2. Os cursos de qualificação e de formação dos portugueses estão em regressão e foram já inúmeros os centros novas oportunidades que encerraram portas e muitos outros vivem tempos de grande instabilidade na sequência do desmantelamento de que este programa está a ser alvo.
3. Foi encetada uma revisão curricular começando pelo fim, isto é, mexendo apenas nas cargas horárias. Aquilo que deveria ser uma reforma que equacionasse, em primeiro lugar, as metas a atingir pelos alunos, seguida de uma definição dos programas das várias disciplinas e só no fim as cargas horárias, transformou-se numa mera aritmética horária.
4. O aumento do número de alunos por turma, a começar pelo primeiro ciclo e também nos cursos de educação e formação, são más medidas para a relação pedagógica. Acho até que esta é uma daquelas medidas de impacto financeiro mais reduzido, mas que se pode revelar muito penalizadora para a qualidade de ensino.
5. A secundarização das tecnologias da informação, nestes tempos em que vivemos, será fatal para a competição de Portugal e dos portugueses no mercado global. Depois de tudo o que foi feito nesta área pelos governos do PS só deveríamos prosseguir nesta linha que colocou Portugal como um dos países europeus em que a governação electrónica mais evoluiu e em que os alunos melhores condições tinham de acesso às novas tecnologias.
6. Por despacho (nº 17169 de 23 de dezembro) o ministro Nuno Crato diz que o “Currículo Nacional do Ensino Básico – competências essências”, de 2001, deixa de ser referência para o ministério da educação sem, contudo, ter qualquer documento alternativo. Uma confusão!
Poderia aqui deixar muitos outros aspetos, como o fim dos prémios de mérito, a falta de apoio aos alunos com deficiência, o desinvestimento no ensino artístico e na educação para a cidadania, enfim… Ficam estes seis pontos como justificadores da tese das más opções políticas de Nuno Crato que sairão, a curto prazo, caras a Portugal.