Quantcast
[ ]
Notícias de Última Hora
Hélder Amaral: «Organizem-se»
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012 Publicado por Unknown

Hélder Amaral
Deputado do CDS-PP
No início do ano, é normal reavaliar os planos de vida - uns de forma mais profunda e realista que outros. Para além das metas individuais, para as quais desejo o maior sucesso para todos, sobram ainda as metas e objetivos para a recuperação económica do país para 2012. Por razões de todos conhecidas, são sem dúvida muitos exigentes mas possíveis, desde que, para além da reforma do Estado, se somem alterações na organização da vida das famílias, instituições e empresas. Deverão todos rever o modelo de organização com o qual gerem o seu dia-a-dia.

Muito se falará de austeridade, de desemprego, de falências, entre outras formas diferentes de dar a conhecer de forma avassaladora o significado da palavra “crise”. Acontece que a solução pode estar em cada um de nós, e menos nas políticas ou reformas do governo. Parece claro que reformas na acção do estado são necessárias como de pão para a boca, mas é também verdade que de nada servem reformas na saúde, educação ou justiça se os utentes e profissionais não fizerem um uso responsável dos serviços, ou se os profissionais não forem diligentes e proactivos. De nada servem reformas laborais, como aumentar o tempo de trabalho, se não melhorar de forma significativa a organização das empresas, a visão estratégica dos patrões e a capacidade de entrega dos trabalhadores. Se assim não for, a meia hora de trabalho será mais meia hora de trabalho improdutivo.

Organizar e modernizar parece ser a melhor resposta para um 2012 em grande. Acabaram-se as medidas extraordinárias: não há mais fundos, e as privatizações merecem ponderação. Por isso, o melhor progresso que podemos fazer é olhar para nós próprios. Não nos faltam produtos de qualidade, e não nos faltam condições naturais para vencer, sem depender de soluções que podem vir da Europa, de mercados emergentes ou de democracias mais ou menos evidentes. A resposta deve ser “o que é nacional é mesmo bom”. O meu desafio é para consumir e comprar no mercado local, sempre que possível produtos nacionais, e de preferência produção regional; divulgar junto de amigos, clientes e visitantes as maravilhas locais: produtos agrícolas, o património, as termas, a gastronomia, e a produção industrial. Espera-se que os dirigentes nos mais variados níveis possam ser práticos, possam pensar global e deixar o quintal de lado, pela simples razão que o mercado interno por si só não chega. É preciso criar marca e reconhecimento lá fora, porque depois de vencido o desafio interno, é na exportação que podemos marcar a diferença. A qualidade e excelência de cada um dos nossos produtos podem ser o nosso bilhete de saída da crise. Mas lá fora é preciso somar à qualidade quantidade: não teremos sucesso se, como acontece quase sempre, cada um se resumir ao seu quintal. O sector do vinho é um exemplo claro: não lhe falta qualidade, mas é quase impossível afirmar marca a marca, o que pode ser diferente se for visto como marca “vinhos de Portugal”, como por exemplo se fez no Brasil com o “café do Brasil”, onde, na verdade, há mais café que “escolas de samba”. Ou seja, para ser grande lá fora é preciso ser unido cá dentro.

Ter uma agenda para o crescimento económico e emprego pode não ser suficiente se o crescimento não existir na agenda de cada um dos portugueses. O tempo do estado financiador e orientador do crescimento económico tem que mudar, porque quando o estado o fez, a coisa não correu bem. Foi essa a estratégia do PS, e o resultado é que a dívida pública passou de 68% para 100%. Gastou-se muito e mal. Esgotou-se o crédito. Agora, sem crédito não há liquidez, e sem liquidez não há crescimento económico. Mais uma vez a solução está mais perto do que se julga: não é o regresso ao passado, é antes aproveitar melhor o que temos.

O nosso distrito é um dos que reúne melhores condições de sucesso, porque tem sabido preservar e valorizar os seus produtos endógenos, e certos sectores da economia intelectual e de inovação. Basta modernizar e organizar melhor 2012 para ser um ano de viragem - ou não. O sucesso depende em muito da acção de cada um de nós.

Unknown

Obrigado pela sua sua visita..!

0 comentários para "Hélder Amaral: «Organizem-se»"

Deixe um comentário

Regras de utilização aceitável do noticiasderesende.com

Não obstante as regras definidas e a diligência e zelo a que NOTÍCIAS DE RESENDE se propõe, não é possível um controlo exaustivo dos comentários dos utilizadores e, por isso, não é possível a NOTÍCIAS DE RESENDE garantir a correção, qualidade, integridade, precisão ou veracidade dos referidos comentários.

NOTÍCIAS DE RESENDE não é responsável pelo teor difamatório, ofensivo ou ilegal dos comentários. Todos os textos inseridos nas caixas de comentários disponibilizadas em www.noticiasderesende.com expressam unicamente os pontos de vista e opiniões dos seus respetivos autores.

Apesar da referida impossibilidade de exercer um controlo exaustivo, NOTÍCIAS DE RESENDE reserva-se o direito de bloquear e/ou de retirar das caixas de comentários quaisquer mensagens que contrariem as regras que defende para o bom funcionamento do site, designadamente as de caráter injurioso, difamatório, incitador à violência, desrespeitoso de símbolos nacionais, racista, terrorista, xenófobo e homofóbico.

Os comentadores são incentivados a respeitar o Código de Conduta do Utilizador e os Termos de Uso e Política de Privacidade que podem ser consultados neste endereço:
http://www.noticiasderesende.com/p/politica-de-privacidade.html