José António Pereira - Como é que surgiu a oportunidade de te candidatares à presidência da Associação de Estudantes do Externato?
João Pereira - Foi por volta do Verão de 2011 que a ideia se começou a moldar. No entanto, já a tinha há bastante tempo, porque desde o meu ensino básico que sonhava um dia vir a candidatar-me à associação de estudantes e torná-la um bocadinho melhor do que aquilo que ela tem sido nos últimos anos. O Externato merece. Juntei as primeiras pessoas: eu, a Madalena Coelho e Ana Lúcia Ramos, estrutura da lista e depois fomos convidando vários elementos que achamos que podia ser proveitoso para as duas partes. Até agora, tem corrido tudo mais ou menos.
JAP – Quais eram as tuas principais ideias a implementar?
JP – Primeiro, mudar a associação porque, quer em termos financeiros, quer a nível de actividades desenvolvidas havia algumas falhas. Então, pretendíamos tentar restabelecer a situação financeira porque deparamo-nos com uma situação bastante débil. Apostar num restabelecimento da atividade financeira para depois apostarmos na área das atividades era a nossa prioridade.
JAP – Quais foram as principais lacunas que a associação encontrou?
JP - Não me cabe a mim julgar ninguém, mas encontrámos a associação com 50 € na conta e como podem calcular, organizar logo uma festa tornou-se um bocadinho complicado. Mas como somos uma equipa unida e gostamos de dar ao externato tudo de bom, conseguimos, com muito esforço. Muitas vezes o dinheiro usado foi do nosso bolso, inclusive o que foi gasto na campanha. Foi com cerca de 50 euros que organizamos a primeira festa, Miss e Mister Externato.
JAP – Qual é o papel do presidente de uma associação de estudantes?
JP - Não me vou queixar mas o papel não é nada fácil. Há associações que praticam atividades com maior frequência que a nossa. Mas uma associação não pode ser só isso. Estamos em contacto com os que votaram em nós, com os que não votaram, com professores e funcionários e realmente não é uma tarefa muito fácil. A uma certa altura acabamos por pensar que não dá, mas tenho tido força e dedicação que é o que interessa.
JAP – E o papel de uma associação de estudantes numa escola?
JP - O papel é preocuparmo-nos com os alunos. Esse é o principal papel. E devolver ao externato aquilo que tem sido. Temos reuniões todos os meses, e o principal objetivo do meu mandato é restabelecer a situação financeira e depois dinamizar a associação com actividades que é disso que uma associação vive. Apesar de não ser apenas disso que vive, é o que os sócios da mesma procuram.
JAP – Fala-nos um pouco do vosso percurso.
JP - Temos tomado várias medidas, como a organização de uma festa em Dezembro. Pretendemos realizar outras atividades. A revolução no polivalente da escola é uma delas porque é mesmo necessário. Uma associação não é só um presidente, tem outros elementos igualmente importantes que ocupam outros cargos. O presidente é aquele que coordena porque em todo o lado é preciso alguém que o faça porque senão, anda um para cada lado. Só assim se consegue chegar ao pretendido. E nós, temos conseguido.
JAP – Como é que a escola tem reagido às vossas decisões e ao vosso trabalho?
JP - Estranhamente, lidar com a direcção da escola não é difícil porque eles têm-nos apoiado e dado tudo o que necessitamos. Sabemos que o tempo que estamos a viver é de grandes dificuldades e que o externato esteve numa situação muito má. Ainda assim, a direcção tem dado muitas oportunidades e temos estabelecido uma relação boa!
JAP – Pretendes recandidatar-te?
JP - Isso é uma pergunta que muita gente me faz e quando digo que não as pessoas riem-se! E vou explicar porquê. Riem-se porque acham que eu tenho jeito para o cargo e vai ser muito difícil eu não me recandidatar de novo. Mas para ser sincero ainda não sei. Vai depender de muita coisa, nomeadamente da minha avaliação escolar. Se vou ser prejudicado ou não. Se bem que ache que a mesma não é mais ou menos boa por causa da associação. Fui atleta de natação e isso ocupava uma hora a uma hora e meia por dia. Deixei a natação. Portanto, o tempo que ocupava com a natação, por exemplo, ou com determinados passeios e saídas canalizo mais para a associação e reservei, na mesma, espaço para o estudo.
JAP – Como é que vocês são financiados?
JP - Os únicos fundos que temos até agora são os lucros que tivemos na primeira festa que realizámos. Vai fazer dia 22 de Fevereiro três meses desde a minha tomada de posse enquanto presidente e já tentamos conversar com a Câmara Municipal. Estamos à espera da resposta. Mas devido à situação que atravessamos, com o cinto tão apertado, vai ser complicado a associação ter esse tipo de apoios. Mas de qualquer forma, dia 17 vamos ter a noite da música, e esperamos ter muita gente na festa. Não podemos ficar chateados com a falta de apoios. Conseguimos alguns patrocinadores, percorremos a vila, vamos a todas as lojas, e acho que é isso que faz uma associação.
JAP – Como vês a educação em Portugal?
JP – Acho, sinceramente, que depois da tomada de posse do novo governo melhorou um bocadinho, porque a relação que antigamente era estabelecida não era muito boa e causou muitos problemas, quer a alunos, quer a professores. Vivemos períodos de muita tensão. Acho também que o novo ministro quer impor um novo rigor, como se viu nas últimas notícias sobre os exames nacionais. Mas é preciso porque se calhar estávamos a descorar um pouco esse mesmo rigor, que é importante manter.
JAP – Queres deixar alguma mensagem?
JP – Quero fazer alguns agradecimentos. Em primeiro lugar à minha família, aos meus pais, sobretudo. Depois, à equipa que gere a associação. Dizer ainda que estou disponível para qualquer coisa que seja referente ao externato e acrescentar que a associação não sou só eu, somos todos!