Acácio Pinto Deputado do PS |
Qual corpo humano (permitam-me a comparação), o território nacional, Portugal, tem que ser entendido como um todo. E ser entendido globalmente quer dizer que não podemos abandonar, nem desfazermo-nos de nenhuma das suas partes. Todas são necessárias, todas são imprescindíveis, todas e cada uma têm a sua função.
Fez, pois, bem o PS ao assumir esta defesa intransigente do interior, fez bem António José Seguro ao deslocar-se, ele próprio, ao interior em interação com as pessoas e com as instituições para sinalizar a importância deste combate e para proclamar que o PS não se renderá, nunca, às políticas, deste Governo de direita, agressivas para uma vasta área do nosso país, também bem pátria e bem mátria como as demais.
Não podemos estar de acordo com investimentos parados, com agricultores à espera de ajudas (à espera que chova!), com o encerramento de centros novas oportunidades (muito mais penalizantes no interior), com a dizimação de freguesias rurais que o Governo quer efetuar, com o corte de incentivas às empresas que teimam em laborar no interior, nem com as propostas incompetentes para a área da justiça que preveem o encerramento de tribunais em todos os distritos do interior de Portugal e assim afastam da justiça aqueles que mais dela precisam e acabam com uma das marcas maiores da soberania do estado nos territórios.
Não, esta não é, nem nuca será, a medida justa e a política acertada que possa gerar bem-estar, que possa gerar desenvolvimento, que possa ajudar o todo nacional. Matarmos por asfixia e por garrotes sucessivos vastas áreas de Portugal é, mais cedo ou mais tarde, contribuir para o nosso suicídio coletivo, enquanto nação.
É por isso que o PS quer um Portugal mais coeso e mais solidário, um Portugal que se desenvolva em uníssono e que não avance a duas velocidades, sendo que a mais lenta é sempre a do interior. Não, essa não é nem será nunca a nossa aposta e tudo faremos, em conjunto com as populações, para o dizer bem alto onde tiver que ser dito.
Parafraseando o secretário-geral do PS direi que o interior é para nós uma causa que vale a nossa dedicação e vai valer a nossa entrega.
Estamos estribados nas nossas convicções e nas dos portugueses que não se rendem, sem luita, a esta deriva de austeridade liberal.