Acácio Pinto Deputado do PS |
A austeridade virou a ideologia, o aumento de impostos virou a praxis política.
E só há uma lição a tirar desta dura realidade social em que nos encontramos: é a de que este modelo está errado e não resulta. Não é bom para o Estado, nem para as empresas, nem para as pessoas.
E pior do que não querer admitir é não querer olhar e ver o erro. É que os factos são quotidianos e envolvem-nos a todos: insolvências de empresas; entrega de casas à banca; estudantes do superior que abandonam os estudos; alunos que chegam à escola sem pequeno almoço; jovens desempregados…
Tudo exemplos de um modelo que fracassa em cada dia que passa.
Mas o mais dramático de tudo isto é o convívio paredes meias com a opulência e com a condescendência do governo para com as mordomias resultantes de recentes nomeações para a EDP, Águas de Portugal, CGD, assessorias do governo…
Por outro lado somos confrontados, o que não se compreende, ninguém compreende, com lucros de uma empresa como a Galp superiores no primeiro trimestre de 2012 relativamente aos do primeiro trimestre de 2011 quando, como todos bem sabemos, a economia regrediu. Ou seja, o consumo de combustíveis é menor do que no ano anterior mas o lucro da empresa é maior, ante a passividade do primeiro ministro e do governo que, pasme-se, na oposição dizia que tinha que se baixar o imposto sobre os combustíveis e que agora, no poder, diz que nada pode fazer. Elucidativo como se vê.
Em suma, Passos Coelho é o novo Frei Tomás: não faz o que disse na oposição e infelizmente para Portugal e para os portugueses todos sentimos e conhecemos o que ele faz.