Hélder Amaral Deputado do CDS-PP |
Quer isto dizer que as coisas têm corrido bem no desagravamento do défice da balança comercial. O acréscimo registado nas saídas de bens com destino para a China contribuiu significativamente para a evolução positiva das saídas de bens para os mercados externos, que se deveu essencialmente ao crescimento verificado nas exportações de veículos e outro material de transporte. Neste período, a China foi o 4º maior mercado de destino para os veículos e outro material de transporte produzidos em Portugal. Os números oficiais revelam a vitalidade de uma base económica saudável, e salientam o espírito empreendedor dos empresários portugueses, das empresas nacionais e das associações empresariais que, sectorialmente, as representam.
Este é o primeiro sinal de que a retoma do crescimento económico é possível, e que todos os sacrifícios que nos são pedidos não serão inúteis. Mas para que este bom resultado não seja em vão, vamos ter que poupar um pouco mais, principalmente o Estado. Bem sei que o esforço de contenção da despesa tem sido evidente, mas está longe de ser satisfatório: existem ainda muitos interesses corporativos, muito desperdício que importa erradicar. De seguida, teremos que olhar muito a sério para a nossa capacidade produtiva, para o nosso mercado interno e para os nossos produtos. Nessas categorias de produtos, destacam-se os produtos agrícolas, dos quais Portugal importou em Janeiro mais 234 milhões de euros do que exportou, e também os produtos alimentares, com um défice de 12 milhões de euros.
Olhando mais para dentro das categorias e vendo o tipo de produtos, de acordo com os dados que temos disponíveis, Portugal apresentou défices comerciais nomeadamente no que respeita a animais vivos, peixe e crustáceos, produtos hortícolas, leite e lacticínios, frutas, cascas de citrinos e de melões, cereais, produtos alimentares em geral, seda, lã, algodão e vestuário sem ser de malha. Isto significa que não só Portugal deve exportar cada vez mais, como também os portugueses devem optar por consumir, sempre que possível, produtos de origem nacional.
Os consumidores que o fazem estão a ajudar o nosso país, uma vez que contribuem para a redução das importações. Para além disso, estão também a estimular a produção nacional, o que, por conseguinte, cria nas empresas a necessidade de contratação de mais mão-de-obra, e inevitavelmente faz com que se criem mais postos de trabalho e se reduza o número de desempregados. Estão por isso de parabéns os trabalhadores e empresários que têm sabido encontrar soluções. Saibamos todos nós fazer o que está perfeitamente ao nosso alcance: recuperar o nosso mercado interno.