Acácio Pinto Deputado do PS |
Uma síntese perfeita sobre os resultados do tamanho erro das políticas cegas, surdas e mudas que o PSD e o CDS estão a levar a cabo e que, estes partidos e o governo, querem prosseguir em 2013, como se pode perceber pelo orçamento apresentado pelo gélido e monocórdico ministro das finanças.
Nada escapa à sua ganância ilimitada e sem qualquer sensibilidade social.
Os números sobre o desemprego, ou sobre os portugueses sem qualquer rendimento, ou sobre as famílias que entregam a casa ao banco, não conseguem fazer mexer a agulha da decisão política de Passos, Portas ou Gaspar.
Impávidos e serenos perante os problemas das famílias e dos portugueses mais desfavorecidos, dizendo que têm que ser assim para equilibrar as contas públicas. Benevolentes, porém, para com as transações financeiras e para com uma escassa casta de bafejados pela sorte a quem sempre se arranja mais um cargo de administrador ou gestor numa das empresas privatizadas.
Este seu “desígnio” nacional começou bem cedo a definir-se. As palavras de esperança com que brindaram os seus concidadãos, os portugueses, na sequência do chumbo do PEC IV, foram rapidamente lançadas ao vento e a gula logo falou mais alto e foi transformada em agenda do quotidiano.
Agenda que está por aí, em todo o lado, com especial destaque nestes nossos territórios. No ataque aos serviços públicos, da saúde, da educação ou da justiça. No despedimento coletivo de professores que foi efetuado pelo ministério da educação no mês de setembro. No RSI ao imporem trabalho gratuito aos beneficiários, numa manifestação de enorme desprezo pela dignidade da pessoa humana. Na agregação de freguesias em total desprezo por órgãos autárquicos de proximidade, que desempenham verdadeiras funções de serviço público em interação com as pessoas.
A mudança de rumo é hoje uma evidência. Não são só os socialistas a dizê-lo. São todos quantos têm um pingo de dignidade que já não calam a sua revolta perante tamanho assalto fiscal. Vozes dos partidos do poder, vozes da igreja, vozes de organismos internacionais e recentemente a entrevista do presidente de França.
Porém a orquestra continua a tocar as mesmas pautas e as mesmas notas que nos agravaram todos aqueles valores que diziam querer combater.
Quando assim é, o que será mais preciso para se despedirem as políticas e o maestro? Será que a plateia tem subir ao palco?