Muitos familiares e amigos de antigos autarcas aceitaram o convite endereçado pelo Município de Lamego para se associarem a esta homenagem que ficará perpetuada para sempre com a exposição de uma galeria fotográfica dos eleitos, patente ao público no Salão Nobre. Para o próximo 25 de abril também está prometida a edição de uma publicação com as notas biográficas e os aspetos mais relevantes da sua ação autárquica. Após enfatizar a forte tradição municipalista do nosso país, “de pendor claramente identitário”, Francisco Lopes recordou os contextos bastante diversos perante os quais os ex-presidentes desenvolveram o seu trabalho: “Em clima de guerra ou paz, de ditadura ou de democracia, de escassez de recursos, quase sempre, ou de reduzida abundância, com a compreensão dos seus concidadãos, ou sob forte pressão, mas sempre com a força e a determinação de levar avante a sua missão, de servir com dedicação e inteligência a causa pública”. E vaticina que o municipalismo de pendor “executor” caminha, no século XXI, para um novo paradigma: “Dará lugar a um governo local com um papel mais facilitador ou catalisador da ação de redes complexas de decisão das políticas públicas, envolvendo múltiplos atores da comunidade, bem como novos mecanismos de prestação de contas e de afirmação de lideranças”.
A transferência de mais competências para as autarquias, a maior complexidade na sua gestão e os novos desafios e limitações da autonomia financeira exigem um trabalho cada vez mais apurado por parte dos decisores políticos. Neste momento, à cabeça das preocupações dos atuais responsáveis surge a questão do novo Hospital, conforme enfatizou José Carrapatoso, presidente da Assembleia Municipal: “Contamos com a solidariedade de toda a comunidade, sendo contínua a luta para modificar o seu programa funcional, de modo a prestar às gentes de Lamego e da região do Douro Sul, bem como ao crescente fluxo de turistas que nos visita, assistência na saúde em condições de equidade com o todo nacional. É imperioso que o novo hospital de Lamego disponha de camas para tratar doentes agudos”.
Pese embora algumas ausências, António Marques do Coval (presidente da Câmara Municipal entre outubro e dezembro de 1974), José Mário Ferreira de Almeida, João Rebelo e Manuel Duarte Ribeiro, ex-presidentes da Assembleia, constituíram a galeria dos antigos autarcas vivos presentes neste ato solene. Falando em nome destas personalidades, João Rebelo manifestou o seu “reconhecido preito de homenagem” pelo reconhecimento municipal e realçou o comportamento ético e responsável dos homens que desde 1910 estiveram à frente dos destinos do Município de Lamego.
A sessão solene ocorrida no Salão Nobre dos Paços do Concelho foi antecedida pela celebração de uma missa na Igreja das Chagas em sufrágio pelas almas dos presidentes já falecidos. “Que as suas almas Lamecenses possam descansar, confiadas no futuro esperançoso da nossa cidade, que com o legado do seu exemplo iremos continuar a cuidar e a desenvolver”, evocou Francisco Lopes.