A Associação da Região do Douro para Apoio a Deficientes (ARDAD) e a Associação 2000, de Santa Marta de Penaguião, estiveram também presentes, fazendo-se representar por um significativo número de utentes que também presenciou o espetáculo. Na tarde de lazer e convívio, estiveram ainda presentes elementos da Cruz Vermelha, alguns alunos do Agrupamento de Escolas de Mesão Frio e ainda, outras entidades locais.
O espetáculo privilegiou a proximidade e contou com a encenação de David Carvalho e com a representação de Bibiana Mota, Débora Ribeiro, Helena Vital, Bruno Pizarro e Silvano Magalhães. A peça “À Manhã” retrata o quotidiano do mundo rural abordando como principais problemas o despovoamento e o envelhecimento da população. A ação desenrola-se numa aldeia envelhecida e desertificada do interior do país, com cinco personagens, que dão corpo aos seus próprios desejos e receios, centrando-se, na personagem principal, uma mulher que já não reconhece os rostos da sua aldeia.
David Carvalho, diretor da Filandorra – Teatro do Nordeste, afirmou: “para nós o teatro e a comunidade são muito importantes. Nós achamos por bem, comemorar o dia mundial da pessoa com doença de Alzheimer, de uma forma diferenciada, sendo que tínhamos que escolher uma Santa Casa da Misericórdia e das Misericórdias que há em toda a nossa área de abrangência, achamos por bem escolher a de Mesão Frio, porque é do Alto Douro e porque eu também tenho uma relação de privilégio e de amizade com o Provedor e Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio e convém referir que, a Filandorra tem protocolo há vários anos com a Câmara Municipal. Tínhamos que fazer uma opção e parece que resultou, parece-me que a aposta foi ganha, pois ultrapassou as expectativas e estiveram bastantes pessoas”, referiu notoriamente satisfeito. Segundo o diretor da companhia de teatro, o objetivo da peça é “dar aos mais novos a ideia de que quando chegarem a esta idade, é preciso perceber que o tempo tem estas vidas todas.”
Marisa Carreira, coordenadora do Projeto “3 Saberes” – Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS), explica como surgiu a atividade: “O CLDS trabalha a temática do envelhecimento e as questões ligadas à ocupação dos tempos livres dos idosos, agarrou esta oportunidade e convidou todos os utentes do Projeto “3 Saberes”, explica, assinalando a importância da atividade: “é uma iniciativa muito boa para sensibilizar as pessoas para a doença de Alzheimer, porque nós, na Santa Casa, temos exemplos de pessoas com esta situação e os próprios familiares e funcionários apercebem-se da dificuldade que é lidar com esta problemática, que começa inicialmente pelo esquecimento, mas que a curto prazo evolui, aumentando a dificuldade no acompanhamento e tratamento dos doentes.”
Maria Raquel Alves, utente da Santa Casa da Misericórdia de Mesão Frio, declarou: “gostei muito da peça, da história e de ver toda a gente aqui reunida.” Por sua vez, Rosa Félix, que também assistiu à peça, afirmou “A história retrata o início do Alzheimer, que infelizmente é uma doença bastante má. Acho que a peça retratou muito bem essa doença.”
Esta iniciativa, para além de estar inserida no Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações, teve como objetivo sensibilizar comunidade relativamente a esta doença degenerativa que afeta cada vez mais pessoas em todo o mundo.