“Ao querer acabar com freguesias sem que isso represente melhores serviços, sem que isso represente poupar dinheiro, sobretudo nas zonas rurais e afastadas, o Governo está a criar mais entraves a um melhor serviço às pessoas” refere o Presidente da Câmara Municipal de Resende.
A proposta apresentada na Assembleia Municipal defende que, ao contrário do que diz a Lei da Reorganização Administrativa Autárquica, “estamos perante mais custos em face da dispersão do povoamento, da distância da sede do concelho às freguesias mais afastadas e situadas em espaços como a serra do Montemuro, agrestes e exigentes do ponto de vista geográfico, sendo que a diminuição de freguesias no concelho vai no sentido duma menor coesão social e territorial”. Considera ainda que “a lei tem sobretudo sentido nas áreas urbanas, mostrando-se inadequada ao concelho de Resende, pela sua tradição cultural, pelas suas lógicas identitárias e pelas relações sociais consolidadas ao longo de décadas”.
António Borges acrescenta, ainda, que “somos pela continuação das nossas freguesias, e se há algumas que podem acabar não é aqui em Resende mas nas cidades, onde tudo é muito mais próximo e existem transportes permanentemente”.
O concelho de Resende tem uma área total de 122,7 km2, dividida por 15 freguesias: Anreade, Cárquere, Feirão, Felgueiras, Freigil, Miomães, Ovadas, Panchorra, Paus, Resende, S. Cipriano, S. Romão, S. João de Fontoura, S. Martinho de Mouros e Barrô. De acordo com os CENSOS 2001, a população residente do concelho é de 12370 habitantes, sendo a Densidade Populacional de 101,0 Hab/Km2.
Refira-se, por último, que as deliberações sobre esta matéria contaram com a unanimidade dos eleitos pelo PS e pelo PSD na Assembleia Municipal, mas na Câmara os eleitos do PSD, na oposição, votaram contra estas posições sem terem apresentado propostas alternativas.