Acácio Pinto Deputado do PS |
Agora foi a vez de Freitas do Amaral também falar. Falou e disse de sua justiça. Disse que mais cedo do que tarde os portugueses irão ser chamados a pronunciarem-se sobre o programa de austeridade que este governo está a protagonizar e que entre o quarto e o nono mês de 2013 haverá eleições.
Ou seja, só mesmo Passos, Portas e Gaspar acreditam nesta medicação.
Para além de Freitas já outros comentadores, analistas e ex-governantes de direita haviam dito o mesmo, quiçá, de forma mais violenta ainda.
O tempo é pois de uma mudança radical de rumo. E como este governo e estes governantes estão a fazer de conta e, entretanto, estão a aproveitar o tempo para concluírem a sua listagem de negócios que, verdadeiramente, desde sempre os mobilizou, não restarão dúvidas, e eles sabem-no, que serão apeados brevemente. A sua preocupação é só uma, neste momento, fazê-lo com os menores custos políticos.
Ninguém pode mais acreditar num governo que pagou os subsídios aos membros dos seus gabinetes quando para os restantes portugueses tal não aconteceu.
Ninguém pode mais continuar a apoiar os silêncios do primeiro-ministro nas reuniões das instâncias europeias, qual aluno bem-mandado por uma professora alemã (que não confundimos com o povo alemão) teimosamente incompetente e às ordens dos interesses financeiros.
Ninguém pode mais aturar previsões que não duram mais do que, quando muito, uma semana seja no défice, seja no desemprego, seja na dívida pública, atribuindo-se a culpa para tal fracasso não à medicação mas ao doente.
Ninguém pode mais desejar ter alguém no governo do seu país cuja única solução para os 39% de desemprego jovem é “emigrem” e para as empresas é “internacionalizem-se”.
Ou seja, estamos perante um governo que nunca teve uma ideia global para o país, uma estratégia concreta para a economia e para o emprego e que se sustentou, para ganhar eleições e para derrubar o governo anterior, numa enorme mentira, numa farsa de que já não consegue descolar.
E o descalabro da sua governação, que foi só sustentada nos negócios e na venda dos bens mais preciosos do país, é tal que lançaram o número de quatro mil milhões de euros como uma necessidade de corte no futuro orçamento e vai daí só lhes ocorreu uma solução, rever a constituição e cortar no estado social e, de preferência, com o apoio do PS.
Chegam tarde ao diálogo.