João Pereira (JP): Desde quando é que a música entrou na sua vida?
Ilda Magalhães (IM): A música entrou na minha vida desde muito cedo, a vontade de querer fazer música também, as influências em casa também eram suficientes, para a música não me passar ao lado.
JP: Houve alguma influência nesse seu interesse e gosto pela música? Ou foi por acaso? Se houve influência, quem contribuiu para isso?
IM: Tive como grandes influências o meu pai Osvaldo Magalhães e o meu irmão Sandro Magalhães, dois músicos lá de casa que me pegaram o bichinho da música desde cedo. Na parte de Artistas a nível internacional sem margem para dúvidas Ana Carolina e Maria Gadú são duas cantoras, na qual o seu percurso e registo musical não me deixou ficar indiferente.
JP: Sabemos que antes deste novo projeto que lançou há poucos meses a solo, fez e faz parte integrante da “Banda Sinopse”, banda reconhecida no Concelho de Resende e na Região. Como começou o projeto “SINopse”?
IM: Bem o projecto dos SINopse constituído ainda mais pelo Sandro Magalhães, meu irmão e por Nuno Machado, amigo de longa data e anos mais tarde entraria mais um elemento, Miguel Valente, baterista da banda. Começou por uma pequena brincadeira de amigos que adoram tocar e cantar e tentamos juntar o que cada um de nós sabia fazer melhor e sem dúvida alguma que o resultado esteve à vista de toda a gente, foi sem dúvida um sucesso.
No ano de 2010 foi um grande ano para nós, com quase todos os fim-de-semana cheios e na qual chegamos a ter dois concertos no mesmo dia em locais completamente diferentes.
JP: Foi difícil esse primeiro projeto, no qual a Ilda era e é vocalista? Se sim, quais as dificuldades encontradas nos primeiros tempos da Banda “SINopse”?
IM: Muito sinceramente como vocalista da Banda SINopse acho que o projeto teve sem dúvida um bom feedback, até porque na altura em que surgiu não havia nenhuma banda com o mesmo registo, daí termos sido bem recebidos em Resende e todas as localidades por onde passamos.
JP: A primeira vez em palco da Ilda foi com os Sinopse? Descreva-nos como foi esse momento.
IM: A primeira vez que entrei em palco foi com os SINopse em 2006 no Bar Fora d´horas, um dos bares em Resende que nos acolheu como Banda e nos deu oportunidade para a nossa primeira vez em público. Eu, muito sinceramente, naquela altura, com 16 anos e sem qualquer experiência em público achei que o concerto correu muito bem, só que não soltei nenhuma palavra ao público, a não ser cantar e os agradecimentos no final de cada música.
JP: O facto de a banda “SINopse” ter nascido em Resende, interferiu e dificultou em algo esse projeto?
IM: Não acho que isso tenha dificultado os SINopse, pelo contrário, o facto de termos começado em Resende, local em cada um de nós cresceu e onde as nossas caras já não eram estranhas para ninguém, só fez com que fosse mais fácil o projecto evoluir. As pessoas acolheram-nos bem e acompanhavam-nos em quase todos os concertos e sem dúvida foram as pessoas de Resende que fizeram crescer os SINopse.
JP: Em Novembro do ano transato, lançou-se a solo e intitulou o projeto como “Ilda Magalhães a solo”. Porque decidiu lançar-se a solo no mundo da música?
IM: O facto de eu me ter lançado num Projeto a solo foi para me testar a mim mesma saindo um bocado da minha linha de conforto que era a minha Banda, e daí ver até onde eu conseguia ir sozinha no mundo da Música, mostrando às pessoas qual é realmente o meu registo musical.
JP: Quando se está a solo, neste caso na música, é mais difícil do que quando se está numa banda?
IM: Bem, a verdade é que quando estamos sozinhos num palco tudo cai em cima de nós, enquanto com a banda temos sempre alguém dos outros elementos para nos ajudarem em algum erro que possamos cometer. Não acho que seja mais difícil quando se está a solo, mas o nível de responsabilidade é sem dúvida maior.
JP: Desde que está a solo, já teve várias atuações. Como foi o primeiro concerto a solo? Estava mais nervosa do que no primeiro concerto dos “SINopse”?
IM: O meu primeiro Concerto a Solo depois de começar este projecto em 24 de Novembro de 2012 foi em Mesão-Frio no dia 8 de Dezembro.
Sem dúvida tive uma recepção calorosa apesar de os nervos se terem instalado no momento em que subi ao palco, mas no desenrolar do concerto foram desaparecendo e com a ajuda dos convidados, amigos e família presentes ajudou a que tudo corresse da melhor forma e o feedback fosse melhor que aquilo que eu estava à espera.
Mas, sem dúvida, não estava mais nervosa do que no primeiro concerto com os SINopse, porque já não era a primeira vez em cima de um palco, mas isso não invalida que os nervos fiquem para trás.
JP: Sei que em breve prepara o lançamento de um CD. Fale-nos no que consiste esse CD.
IM: Sim é verdade, lançarei no próximo dia 2 Fevereiro no Caldas-Bar em Arêgos. O motivo de eu querer lançar um CD com alguns dos meus covers é para fazer chegar ainda mais longe o meu projecto, abrindo o leque de oportunidades para as pessoas ouvirem as “ minhas músicas”, não sendo só limitado na Internet.
JP: Qual é a música do seu repertório que mais gosta? Porquê? Tem algum significado especial para si?
IM: Bem todas elas têm um significado muito especial para mim, até porque um dos objectivos deste projecto seria tocar e cantar músicas na qual eu me identificasse, tentando fazer um reportório que fizesse um retrato leve da minha vida e acho que até agora consegui.
JP: Todos sabemos que vivemos uma crise económica muito grave. Isso faz-se sentir no mundo da música? Acha que ter nascido em Portugal dificultou a sua forma de estar na música? Como vê a música no panorama Nacional?
IM: A crise económica, sem dúvida, está-se a fazer sentir em todos os níveis, e nós como um país pequenino que somos não se espera uma grande evolução a nível musical a não ser que tenhamos sorte e dinheiro para investir.
Não acho que ter nascido em Portugal me dificulte a minha forma de estar na música mas se realmente quero seguir e levar este projecto em frente terei de lutar muito, porque o mundo da música não é fácil em qualquer lugar que seja, mas como eu costumo dizer: para tudo há uma solução, basta força e determinação.
JP: Como acha que as pessoas a veem quando está em cima do palco?
IM: Bem não serei a melhor pessoa para responder a isso, mas aquilo que posso dizer é que realmente tento passar a quem me ouve, todo o gosto e sentimento quando estou em cima do palco e que não faço aquilo porque preciso mas sim por a música me acompanhar e fazer parte de mim todos os dias.
JP: Sei que continua com muitos concertos agendados para os próximos tempos. Quer deixar-nos umas sugestões?
IM: Para já as propostas para novos Concertos têm caído como chuva.
No dia 26 de Janeiro estarei no Buick Bar em Viseu, no dia 28 de Janeiro estarei em direto na Emissora Regional de Resende, no dia 2 de Fevereiro farei o lançamento do meu CD juntamente com um concerto no Caldas-Bar em Arêgos e para finalizar, para já, no dia 8 de Fevereiro vou estar no Fiesta-Bar em Mesão-frio.
JP: Gostaria de acrescentar mais alguma mensagem à sua entrevista?
IM: Que todos aqueles que tiverem na mesma situação que eu, que lutem pelos seus próprios sonhos e que não deixem fugir nenhuma oportunidade que lhes for colocada à frente, porque da mesma maneira que eu estou a lutar por um sonho que sempre tive, outras pessoas o podem fazer da mesma maneira.
E o amor resistiu ao tempo, a paixão move os meus dias, NÃO ESCOLHI A MÚSICA, A MÚSICA ME ESCOLHEU.