Hélder Amaral Deputado do CDS-PP |
Independentemente do que venha a acontecer na sétima avaliação, e no contexto europeu, há coisas que temos que fazer por nós, sejam para poupar quatro mil milhões, ou o dobro disso. O que interessa de facto não é o valor, mas sim se estes cortes ou poupanças são definitivos - ou seja, estruturais -, para que se resolva de vez o problema. O País chegou finalmente à questão decisiva das reformas estruturais, discutidas e anunciadas há décadas e sempre adiadas. A situação não se resolve só eliminando as gorduras (e eu cheguei a pensar que sim): é preciso tratamento mais profundo, ou estrutural, e definitivo. Todos concordamos que a crise é grave, mas alguns parecem preferir a ilusão, transmitindo que o problema se resolve com outro governo, ou atacando a classe politica, ou afirmando que basta eliminar alguns incompetentes, corruptos e gestores esbanjadores. Nada mais errado, pois isso, por si só, não justifica o “buraco” que cavámos. O problema está no modelo: em vez de crescimento sólido e sustentado, os gastos foram feitos na ilusão dos “direitos adquiridos”, do financiamento ilimitado e, obviamente, uma gestão politica virada para a sustentabilidade eleitoral e para a manutenção de uma classe dirigente politica e empresarial de promiscuidade nada saudável.
Ou seja, em vez da obra de fachada, é preciso agora pensar nas pessoas.
A realidade torna-se cada vez mais evidente. O País vai ter que mudar de vida, para além da execução do memorando. Este é um ano de regresso aos mercados e feiras, mas para tratar das Eleições Autárquicas. A pré- campanha já começou, e não parece trazer nada de bom: autarcas que se transferem para outro Município, que agora juram defender aqueles que antes tudo fizeram para prejudicar, sem que exista uma avaliação mínima e transparente de quem geriu de forma sustentada ou quem geriu ao estilo de “quem vier que feche a porta”, passando por outros que julgam que depois deles vem o caos, ao melhor estilo do “Rei Sol”: “A Câmara sou eu”, saio mas volto já - o que é em si mesmo um atestado de menoridade a todos os candidatos do seu partido.
Como dirigente distrital do CDS, tentarei que o meu partido seja capaz de encontrar ”um compromisso com as pessoas”, que envolva todos. Um compromisso com as famílias, pois é nelas que cada individuo nasce e se desenvolve como pessoa. É ainda na família que cada um encontra a sua identidade, o seu espaço de proteção e a sua ajuda mais imediata. Um compromisso com as mulheres, em a prioridade deverá ser dada à sua participação nas decisões, em condições de plena igualdade. Um compromisso com os idosos, pois queremos idosos com mais qualidade de vida, mais autonomia, com mais participação na vida e nas decisões dos nossos concelhos. Um compromisso com os Jovens, que são o futuro. Os Municípios devem ser um parceiro presente na sua formação, reconhecendo que o melhor que temos são os recursos humanos. Precisamos de jovens bem preparados, motivados e apaixonados por Viseu, capazes de lutarem pelo seu destino no melhor espirito de Viriato. Temo que este é um tema que merecerá no futuro abordagem mais profunda.