Acácio Pinto Deputado do PS |
Independentemente do resultado da votação de uma qualquer moção de censura no Parlamento o óbvio impõe-se. É uma evidência e, como tal, não precisa de grandes ou nenhumas explicações.
E todos o sabem porque infelizmente para Portugal e para os portugueses estamos muito pior do que estávamos há dois anos atrás quando chumbaram o PEC IV sob a batuta desse dinossauro da nossa política, mal pago e sem recursos (!), de seu nome Aníbal Cavaco Silva.
José Sócrates fez bem eu o lembrar, de viva voz, na sua recente e excelente entrevista na RTP. Em lembrar que foi sempre a mão do presidente que esteve por detrás do arbusto na queda do governo anterior e na formação deste governo, que é, portanto, de iniciativa presidencial.
A direita e Belém podem não ter gostado das palavras de Sócrates, mas é a vida! Têm que as digerir e preparar-se para ouvir muitas mais, semanalmente!
Os factos são indesmentíveis. O desemprego disparou para valores impróprios. A dívida pública aumentou mais de 27%, atingindo os 123% do PIB. O défice não obedece ao “mago” da contabilidade. Os portugueses, sobretudo os jovens, “ei-los que partem”.
Afinal derrubaram o tal primeiro-ministro e o tal governo, único e exclusivos culpados da crise para quê?
Bem o sabemos: para irem ao pote, como na altura disse Passos Coelho. E será, quiçá, a única promessa que ele está a cumprir, ir ao pote, como se pode ver pelas privatizações efetuadas e pela colocação e remuneração principesca dos artífices desses negócios.
Todas as outras promessas implodiram.
Portanto, isto não pode continuar. E é por isso mesmo que António José Seguro tem sido incansável na denúncia desta governação em todo o país. E é por isso mesmo que o PS censura o governo que quer ver substituído no mais curto prazo de tempo e constituindo-se como uma alternativa desde que, e só quando, sufragada pelo povo.
Os dados estão lançados. Os factos são evidentes e não mentem. Não precisamos de nenhum teste do algodão para saber que temos que rapidamente varrer este governo do espectro político português.