A vereadora falava a 14 de Abril, durante um encontro que juntou no Douro Palace Hotel, em Santa Cruz do Douro, o diretor-geral do Centro de Promoção do Investimento de Moçambique (CPI), Lourenço Sambo e empresários baionenses.
“Existem em Baião dezenas de empresas com um conhecimento muito profundo do sector da construção e com uma larga experiência e um saber acumulado de muitos anos de atividade. Esse retrato é similar ao que existe por toda a região, em concelhos como Amarante, Marco de Canaveses ou Lousada. São empresas muito especializadas, mas que não possuem dimensão e recursos para realizarem investimentos sozinhas no estrangeiro. Mas, se forem capazes de se unir e de trabalhar em conjunto, certamente poderão retirar daí muitos benefícios e obter novas oportunidades e perspetivas de negócio”, referiu Ivone Abreu.
O sector da construção civil foi um dos que mais sofreu com a crise económica em Portugal. Estima-se que, nos últimos três meses de 2012, tenham fechado 13 mil empresas, o que significou mais 43 mil e 600 cidadãos no desemprego. Esta quebra do sector da construção em Portugal, pode representar, uma oportunidade para as empresas que queiram apostar na internacionalização.
Nesse sentido, Lourenço Sambo convidou os empresários baionenses a olharem para Moçambique como “uma terra de oportunidades”. “Temos a grande vantagem do idioma comum. É sempre mais fácil fazer negócios com portugueses do que com empresários de outros países”, referiu o responsável pelo CPI, organismo que faz a articulação entre os investidores privados e o Governo de Moçambique.
Lourenço Sambo disse que Moçambique necessita de profissionais qualificados nas áreas da construção, da agricultura, da energia, das telecomunicações, da extração de recursos minerais, em particular da pedra, e ainda do turismo. Na área da habitação, o Governo moçambicano refere que na próxima década o país pode precisar de até 300 mil novas habitações, repartidas pelas dez cidades existentes no país.
Na reunião marcaram presença empresários das áreas da construção civil e obras públicas, do turismo e hotelaria e da produção de vinhos, em representação das empresas Vialsil, Imocori, Neolage, Casa das Hortas e Douro Palace Hotel.
Também a Associação Empresarial de Baião e a Associação Luso-Moçambicana estiveram presentes, através dos seus presidentes Paulo Portela e Abel Ferreira, respetivamente.
Estes empresários ficaram a saber que podem obter mais informações sobre como investir em Moçambique através dos consulados daquele país. Todas as intenções de investimento são precedidas do preenchimento de um formulário, que pode ser obtido na página de internet do CPI. Os vistos que autorizam a entrada no país são emitidos com rapidez e, ao contrário do que acontece em Angola, para investir em Moçambique não é necessário possuir um sócio daquele país, podendo o capital da empresa ser totalmente estrangeiro.