Acácio Pinto Deputado de PS |
Estamos mesmo perante um governo que, pelos vistos, acha que reformado é “persona non grata”!
E quem integra este governo? Pois, são exatamente aqueles partidos que até tiveram, sempre (e que o não tivessem tido!), o beneplácito daqueles, hoje reformados, que ontem maioritariamente lhes confiaram o seu voto.
Estamos a lidar com governantes que fazem da esquizofrenia política o seu “modus vivendi”.
Lembraria a alguém dizer que nunca ultrapassaria a “red line” e, logo de seguida, vir dizer que afinal a vai ultrapassar?
Será que algum português, de bom senso, admitirá mais alguma vez rever-se num líder deste jaez?
Ou isto é para ver qual dos dois líderes da coligação consegue ser mais incoerente e consegue ser menos fiel àquilo com que se comprometeu?
O que é facto é que os portugueses vivem uma situação de grande amargura, em que as dificuldades para se chegar ao fim do mês com dignidade são cada vez maiores.
Os desempregados não param de aumentar e ascendem a mais de 950.000, tendo atingido a taxa de desemprego, no primeiro trimestre, os 17,7%. A mais alta de sempre!
Ou seja esta coligação do PSD e do CDS já destruiu, em dois anos de governação, cerca de 460.000 empregos. É obra!
E como se estes valores e estes resultados não fossem para analisar e ser tidos em consideração nas medidas políticas, eis que se prossegue nesta trajetória rumo ao abismo, rumo à destruição da economia e da esperança dos portugueses.
Pois aí tem, senhor presidente, o seu governo, com os frutos que estão à vista. Aí está o resultado do governo que por sua iniciativa temos em Portugal.
Se tem consciência, e não temos razão para duvidar, o que lhe diz ela, senhor presidente, sobre aquele seu discurso de 9 de março de 2011? Ainda acha, como dizia na altura, que há um limite para os sacrifícios?
Parafraseando Aristóteles, na sua Metafísica, mas em sentido oposto, direi que, neste caso, no governo e seus apoiantes, o inteiro, ou o todo, é pior, mesmo muito pior, do que a simples soma das suas partes. E quando assim é só há uma solução: devolver a palavra ao povo!