"Nos últimos anos o concelho tem produzido cerca de quatro mil toneladas de cereja, mas este ano a produção diminuiu 45 a 50%", explicou à agência Lusa o presidente da associação de promoção CER Resende -- Cerejas de Resende, Rogério Silva.
O facto de ter chovido durante muito tempo e de ter ocorrido geada na altura da floração levou à diminuição da produção de cereja neste município ribeirinho ao Douro.
"Não frutificou. Mas agora com este calor está a ir para um bom calibre, para uma boa qualidade", frisou o produtor, que tem 24 hectares de cerejeiras no concelho.
O microclima duriense dá à cereja de Resende uma das suas principais vantagens, que é conseguir chegar ao mercado duas semanas antes do que a do resto do país.
"Este ano começámos a colheita 20 dias mais tarde do que é habitual", disse Rogério Silva, contando que, "em anos normais, já se apanha cereja no 25 de abril, a mais miúda, e depois no 01 de maio já se começa com a maior".
No entanto, o atraso na colheita ter-se-á registado também noutras zonas do país, acrescentou.
Se o tempo se mantiver quente, o responsável da CER Resende prevê que "o pico da colheita" comece a 01 de junho.
Segundo Rogério Silva, "a quebra na produção deverá refletir-se no preço da cereja, senão nem dá para pagar às pessoas que a colhem" e que recebem "35 ou 40 euros por dia".
O facto de o concelho ser um dos principais produtores de cereja do país levou a Câmara Municipal a apostar neste produto.
Desde 2002 realiza-se o Festival da Cereja, que este ano está marcado para 08 e 09 de junho e durante o qual 120 produtores vão disponibilizar o fruto a preços especiais.
No início do mês, a Câmara anunciou que o Centro Interpretativo da Cereja (no edifício da antiga escola primária de Vila Verde) e o dossiê relativo à certificação deste fruto devem estar prontos no final da colheita deste ano.
O município está "a trabalhar em várias frentes para valorizar e projetar a cereja de Resende", considerada "um produto determinante" da base produtiva e "a grande marca" do concelho, justificou o presidente da Câmara, António Borges.