Célia Monteiro Nutricionista |
De elevada densidade nutricional, a cereja é rica em potássio, fibras, vitamina C, carotenóides, e em diversos compostos fenólicos, dos quais se destacam as antocianinas e a quercetina, com elevada capacidade antioxidante, anti-inflamatória e anticancerígena. Desta forma, a cereja demonstra um potencial poder preventivo ao nível das doenças cardiovasculares, cancro, diabetes e doenças inflamatórias.
Outro aspeto interessante é a possibilidade da cereja melhorar a qualidade do sono e reduzir a fadiga, graças à presença de melatonina na sua constituição, uma hormona reguladora do ritmo circadiano, o período aproximado de 24horas no qual se baseia todo o ciclo biológico humano sob influência da luz solar.
Mais recentemente, alguns investigadores referem que a ingestão de cereja pode diminuir o risco de desenvolver Doença de Alzheimer, através de um mecanismo de redução da produção de β-Amilóide, um peptídeo cuja acumulação se verifica nesta doença.
Podemos até dizer que o relativo baixo valor calórico da cereja, além de todo o potencial benéfico acima descrito é mesmo a “cereja no topo do bolo”!
Contudo quando transformamos a cereja fresca num produto processado, produzindo tartes, compotas, cerejas cristalizadas e sumos, algumas destas substâncias peculiares são perdidas. Portanto, o melhor é consumi-las frescas tal e qual a natureza, na sua soberania e inteligência, nos oferece.
Mas se é verdade que a cereja só está disponível de maio a julho, também é que outros frutos e hortícolas se encontram apenas em determinadas épocas! A natureza sabe exatamente a altura ideal para saborearmos cada alimento no seu potencial organolético e nutricional máximo. E embora, as modernas tecnologias de produção e distribuição nos tragam até casa alimentos do outro lado do mundo e em qualquer altura do ano, devemos privilegiar e respeitar a sazonalidade dos hortofrutícolas. Desta forma, além de aumentarmos a diversidade nutricional e promovermos a produção e economia local também protegemos o ambiente, ao que o planeta agradece!
A Organização Mundial de Saúde recomenda uma ingestão mínima de 400g de hortofrutícolas diariamente, portanto, não se esqueça, a fruta e os hortícolas são fundamentais para uma alimentação saudável!