Como “retribuição”, o escritor natural da freguesia de Ovil, autor de mais de 80 livros para crianças, jovens e adultos, contou à plateia, constituída por alunos do 1º ano e do 2º ano do Centro Escolar a história de uma misteriosa bruxa que vivia numa casa de chocolate e que “só fazia asneiras”. E ensinou aos meninos e meninas seus conterrâneos uma “reza” que despertou o riso geral: a três tempos e acompanhada de uma coreografia, dizia a lengalenga “Ler / Não / Engorda”.
A visita deste antigo professor, que durante toda a sua carreira no ensino lecionou em escolas do concelho, fez-se a convite da Câmara Municipal de Baião e visou dar a conhecer o retrato do escritor, elaborado por Hélder de Carvalho. O quadro passará a “habitar” uma das salas da biblioteca e resulta de um desafio lançado pela vereadora da autarquia Ivone Abreu, aquando da exposição de retratos realizada por Hélder de Carvalho, no Posto de Turismo de Baião, em 2012.
“Este foi um desafio muito interessante e gratificante, porque não conhecia pessoalmente António Mota, nem a sua obra. Graças a este trabalho tive a oportunidade de ter uma agradável conversa com o autor e de fazer um novo amigo”, referiu Hélder Carvalho.
António Mota elogiou a qualidade do retrato – gracejou acerca da expressão que ele traduz, referindo que lhe parece “desconfiada”, o que é de família – e mostrou-se honrado pelo facto de as suas obras estarem reunidas num pequeno acervo da biblioteca.
A sessão contou ainda com a presença do presidente da Câmara Municipal de Baião, José Luís Carneiro e dos vereadores da autarquia Paulo Pereira e Ivone Abreu.
O presidente da autarquia destacou a recente nomeação do escritor baionense para um dos maiores prémios da literatura infanto-juvenil a nível mundial, designado “ALMA”. “Independentemente do resultado, a nomeação para este prémio constitui um enorme reconhecimento do seu trabalho e proporciona, mais uma vez, a divulgação do nome de Baião e do imaginário rural associado à nossa terra, que surge muitas vezes ilustrado no seu trabalho”, referiu José Luís Carneiro.
António Mota é candidato ao prémio ALMA por nomeação da Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, que o classifica como “um dos mais prolíficos escritores portugueses para a infância e juventude. O caráter da sua obra tem a singular qualidade de ser ao mesmo tempo intemporal e universal".
António Mota nasceu em 1957 em Vilarelho, Ovil e começou a dar aulas aos 18 anos. Teve a estreia literária aos 22 anos, com "A aldeia das flores" (1979).