Este projeto prevê a criação de quatro unidades de alojamento que serão complementadas por sala de leitura e sala de pequenos-almoços. Está prevista a criação de salas de trabalho, de exposição e sala de conferências. A sala de refeições do Mosteiro e respetiva cozinha, também serão alvo de intervenção, com o objetivo de recuperar os espaços mantendo a sua função primitiva.
A 3ª fase da Conversação e Restauro do Mosteiro iniciar-se-á pela reconversão da antiga Casa Moços e Hospedaria em Cafetaria. É este o primeiro projeto que o Álvaro Siza Vieira vai apresentar ao público na próxima terça- feira dia 23.
A essência do projeto é a criação de condições para o repouso e para o pensamento. Condições essas que sejam capazes de atrair o visitante que procura conhecer o vale do Rio Douro e as Serras envolventes, mas também as gentes ligadas ao mundo das letras, da música e das artes que procuram refúgio e inspiração.
O programa deste projeto prevê a inclusão do Mosteiro na Rota do Românico do Tâmega e Sousa.
UM PATRIMÓNIO VALIOSO
As origens do Mosteiro de Santo André de Ancede remontam ao século XII, e a mais antiga referência conhecida, de 1120, é respeitante à sua ligação aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Durante vários séculos este mosteiro deteve um considerável património fundiário ligado à produção vinícola, que lhe permitiu beneficiar de grande poder económico. Todavia, em meados do século XVI, pouco restava já dessa época áurea e o mosteiro entrou num período de decadência, com as dependências degradadas e um número muito reduzido de religiosos. Em 1560 passou a depender de São Domingos de Lisboa e, a partir de então, foram executadas várias campanhas de obras com o objetivo de recuperar o conjunto arquitetónico.
A igreja foi reedificada, desenvolvendo-se, então, em três naves separadas por arcaria de volta perfeita, com teto de madeira. Um amplo arco triunfal, com dois altares colaterais, articula este espaço com o da capela-mor, onde ganha especial importância o retábulo-mor, em talha dourada com tribuna de grandes dimensões. Contemporâneos deste retábulo, de estilo nacional, são certamente as sanefas que se encontram sobre as janelas e o arco triunfal.
A fachada principal, em cantaria, que corresponde à lateral da nave, apresenta portal de verga reta encimado por nicho de frontão triangular.
Com a Extinção das Ordens Religiosas o mosteiro foi vendido em hasta pública, ficando na posse do Visconde de Vilarinho de São Romão. A capela e a igreja passaram, em 1932, para a paróquia de Ancede. Atualmente, e desde 1985, o mosteiro é pertença da Câmara Municipal de Baião.