A minha consciência impôs-me que, a partir de determinado momento, pedisse a suspensão de militante, pois tornou-se inviável qualquer relacionamento com a atual liderança e a orientação dada ao Partido Socialista em Resende.
Caros camaradas e amigos:
Eu não mudei, sou a mesma pessoa que, ao longo destes anos, sempre dei a cara pelo Partido Socialista e pelos seus projetos de transformação da economia e da sociedade. Continuo convencido que os princípios porque sempre lutei, continuam válidos e ainda hoje me norteiam na minha intervenção política e cívica. Cada vez e com maior firmeza me empenho na afirmação dos ideais que sempre considerei válidas e adequadas a uma sociedade moderna e livre.
Sabe, quem me conhece, que nunca andei atrás de cargos ou honrarias. O que sempre me moveu foram ideias e sobretudo o dever de contribuir para a libertação do Homem, com a instauração de uma democracia que defenda a igualdade de oportunidades para todos.
Quando fui Presidente da Secção Concelhia do PS, à luz dos estatutos, poderia reivindicar qualquer lugar. Estive sempre onde o partido mais precisava de mim e onde o meu contributo podia ser mais válido. Nunca coloquei o interesse pessoal à frente do interesse coletivo.
Sabem que nunca me coibi de expressar a minha opinião, concordante ou discordante, que não confundo lealdade com fidelidade canina.
Todos sabem também, que sempre defendi que o Partido Socialista de Resende não poderia viver e afirmar-se se dependesse apenas de uma ou duas figuras. Para mim, o PS vale pelo conjunto dos seus militantes, pela riqueza que todos representam, pela diversidade de opiniões, pela partilha e solidariedade que partilhamos.
Devo confessar que nunca fui adepto da inscrição desenfreada de pessoas sem perfil e sem provas dadas, como militantes, apenas com o objectivo de se poder ter mais alguns lugares em órgãos do partido. Por isso, das coisa que sempre me incomodou foi relacionar-me com pessoas, que exibiam o cartão de militante do PS e me diziam que sempre foram do PSD, e que só tinham feito a sua filiação por causa do senhor Engenheiro.
Meus amigos: Isto para mim são sócios e jamais serão militantes dum Partido Socialista a sério.
Sabem que sempre fui homem de palavra. Quando era presidente da secção concelhia, aquando da 1ª candidatura do Engº José Sócrates, fui apoiante de Manuel Alegre. Nessa altura, dei a minha palavra que não usaria esse fator publicamente e cumpri, em todos os momentos ou lugares por onde passei.
Tempos mais tarde, apesar da insistência, não aceitei ser delegado ao congresso nas listas do Engº Sócrates. Fui a Guimarães participar no Congresso como delegado, por inerência, sem direito a voto. Mantive-me fiel aos meus ideais e ao meu partido. Ajudar a construir um país justo e moderno numa sociedade aberta, dialogante que valoriza o esforço e o trabalho que permeia o mérito em detrimento do compadrio foi sempre e será sempre o meu lema.
Por isso, pus mesmo a hipótese de me afastar da vida política ativa e ficar no meu canto a observar o evoluir dos acontecimentos. Mas, por várias razões, não consegui alhear-me de tudo o que me rodeia e solicita a minha intervenção.
Neste entretanto, surgiram novos desafios e novas batalhas. Num ambiente calmo de responsabilidades repartidas, num projecto que pretende incluir a todos numa causa que nos une e que defende a dignidade humana, eis-me de novo na política ativa, sempre renovada, num projecto como eu sempre defendi. “TODOS SOMOS RESENDE”
A todos aqueles com quem tive o privilégio de lutar, lado a lado, por um concelho mais justo e solidário, em que as pessoas aparecem primeiro, deixo um desafio: É nosso dever de cidadãos participar e dar um sentido à nossa existência. A pensar nas gerações vindouras, o que inclui os nossos filhos e outros que virão, não podemos baixar os braços e colocar-nos à margem. O nosso dever é apontar caminhos e fazer frutificar a esperança. Resende será uma terra com futuro se dermos o nosso melhor. Como cidadãos não podemos esmorecer. Ninguém pode ficar de fora. Temos que decidir o nosso futuro nesta terra que foi dos nossos avós, onde TODOS SOMOS RESENDE.
Nestes tempos difíceis exige-se competência e seriedade. Não deixem hipotecar o futuro dos nossos filhos. Por isso, peço a todos que não baixem os braços e continuem a mostrar que vale a pena lutar por Resende.
A TODOS OS SOCIALISTAS E AMIGOS QUERO MANIFESTAR O MEU APREÇO E ADMIRAÇÃO.
A todos deixo um abraço de estima e consideração
Álvaro Matos Almeida