Tomaram ainda posse como vereadores da autarquia mais cinco eleitos pelo Partido Socialista, Paulo Pereira, Ivone Abreu, José Lima, Henrique Gaspar e Anabela Cardoso e o vereador da oposição eleito pelo Partido Social-Democrata, Luís de Sousa.
Perante mais de quatrocentas pessoas, entre as quais se incluam os autarcas eleitos para este novo ciclo político, representantes das forças vivas do concelho de Baião e de vários pontos do distrito do Porto e muitos cidadãos baionenses, o autarca elegeu o apoio social, o estímulo à economia e o combate ao desemprego como apostas fundamentais deste mandato. Defendeu ainda um reforço do escrutínio da governação municipal, a defesa dos serviços públicos de proximidade e a valorização da voz de Baião em instâncias regionais, nacionais e internacionais.
Foi com uma palavra de agradecimento pelo apoio e pelo estímulo que recebeu dos baionenses na campanha eleitoral que José Luís Carneiro deu início à sua intervenção. “Sou e somos uns privilegiados ao termos estabelecido uma relação de tão profunda confiança com os nossos conterrâneos”, observou, para depois assumir que o resultado registado – 71,5 por cento dos votos – acarreta um reforço da sua legitimidade e amplia a responsabilidade política do executivo camarário. Também os colaboradores da autarquia não foram esquecidos no discurso, tendo a “entrega e a qualidade do serviço público” por eles protagonizada sido destacada.
FAZER FACE À CRISE SOCIAL
Apesar do ambiente de esperança renovada vivido na cerimónia de tomada de posse, José Luís Carneiro não deixou de fazer referência às crescentes dificuldades sociais e económicas vividas pelos baionenses. “Não podemos ignorar o impacto trágico que a austeridade está a ter na vida das pessoas. Os cortes abruptos no investimento público, os sucessivos cortes no rendimento das famílias, quer pela via da diminuição dos salários e das pensões, quer pelo aumento do custo de vida tem vindo a provocar o desemprego a centenas de cidadãs e de cidadãos na nossa terra, a provocar a emigração e a lançar as famílias num ambiente de pobreza de meios materiais”, notou.
Para enfrentar este quadro de pessimismo e de dificuldades, José Luís Carneiro defendeu que o Poder Local deve ter “mais meios legais e financeiros”. “Pelas pessoas, pelos territórios e pelo contributo que podemos dar à necessária reforma do Estado e das suas estruturas constitutivas”, a administração central do Estado tem que corresponder aos desafios da vida internacional, nomeadamente ao paradigma da integração europeia e aos impactos da vida global, observou José Luís Carneiro.
Entre as áreas que José Luís Carneiro entende que as autarquias deveriam ter mais responsabilidades “estão a educação, a formação e o emprego, os cuidados primários de saúde, muitas das prestações sociais da segurança social, o apoio na cobrança de taxas e impostos municipais e, também, nacionais, a partilha de recursos nos serviços postais, a partilha de recursos materiais na administração interna e na administração da justiça, ou nos serviços ambientais, de proteção da floresta e da proteção civil”.
Mas também, e numa escala que convocasse a colaboração entre municípios, o reforço das redes de construção, manutenção e conservação de vias com caráter regional ou sub-regional ou a exploração de recursos económicos do solo e/ou subsolo.
A assunção destas competências pelas Câmaras Municipais traduzir-se-ia em mais competências para as Juntas de Freguesia, o que no caso de Baião já sucede desde 2005, por via da formalização de protocolos de cooperação. No seu discurso José Luís Carneiro assumiu a vontade de prosseguir este caminho de colaboração com as juntas, em áreas como a desconcentração do atendimento público, a limpeza e conservação de caminhos rurais e a conservação e qualificação do espaço público.
GOVERNAR EM DEFESA DE BAIÃO
Uma das medidas para este mandato, veiculou José Luís Carneiro, será a valorização do Conselho Consultivo Municipal e dos Conselhos Consultivos Sectoriais. A participação e a representatividade nestes órgãos consultivos serão reforçadas com a presença de várias personalidades do concelho, “de modo a contribuir para um escrutínio mais qualificado” da ação governativa.
No entendimento de José Luís Carneiro é ainda importante que o poder político municipal esteja representado em instâncias regionais, nacionais e internacionais, ondem possam ser defendidos os legítimos interesses dos baionenses. “O nosso escasso peso demográfico apenas pode ser contrariado com uma influência política capaz de defender e afirmar os nossos interesses na região. Essa é a razão pela qual os baionenses devem continuar a valorizar a presença dos seus autarcas em espaços de influência político-partidária e de prestígio institucional”, observou José Luís Carneiro, que coloca no topo das prioridades a defesa de um serviço de Finanças junto da população – “Tudo faremos para garantir esse serviço de proximidade junto da população, tanto mais do que o edifício é da autarquia e os funcionários residem em Baião”.