Localizada no bairro do Castelo, a Cisterna congrega toda a sua força em torno do elemento água, ponto de encontro obrigatório da cidade medieval. Deste ponto de encontro, nasceu a ideia de fazer aquele espaço “devolver” o que ao longo dos séculos viu e ouviu, mas que encerrou no seu interior.
Deste ponto de vista e neste ponto de encontro transportado agora para o presente, os visitantes serão confrontados com o anonimato, que também lhes pertence, através da representação simbólica das gentes, tradições, ruas, paisagens, num projeto museográfico que privilegia a interação com os lamecenses e com toda a região.
Ao entrar na cisterna, o visitante mergulha no passado, onde múltiplas memórias são projetadas ininterruptamente nas pedras que, outrora, foram apenas espetadoras. Uma sonoplastia associa-se ao espaço, recordando 800 anos de sons quotidianos: o sino, o galo, o pedreiro, o pregão, a procissão, o choro e o riso…
Desafiado a “mergulhar” de uma forma inédita na memória quotidiana de séculos e gerações, ao visitante está ainda reservado o papel principal, o de artista, a quem caberá, em última análise, cultivar a memória da cidade e da região, procurando nas suas próprias memórias, registadas em fotografia, aquelas que, de alguma forma, revelam o passado de Lamego.
Numa estrutura de metal, que se estende no interior da cisterna, ganham vida doze caixas de luz. Aqui, 22 fotografias, todas anónimas, recordam já o que o tempo esmoreceu. É esta memória de gente comum, com afazeres comuns, com vidas comuns que a Cisterna de Lamego quer devolver, contando para isso com a colaboração de gente anónima que continua a construir o presente de Lamego e da região. Para tal, a Cisterna convida os lamecenses a trazer até si fotografias de outros tempos, que serão ali expostas.
A Cisterna de Lamego pode ser visitada de terça a domingo, das 10h00 às 18h00. A entrada é livre.
Os trabalhos de reabilitação são da responsabilidade da Câmara Municipal de Lamego e contaram com o apoio do Museu de Lamego.