“Hoje em dia não faz sentido as pessoas esconderem a patologia e isolarem-se, com vergonha e medo que os outros percebam. Graças aos avanços médicos dos últimos anos, temos agora ao nosso alcance terapêuticas capazes de controlar a maior parte das situações. Algumas formas de IU são, inclusivamente, tratadas com medicamentos ou técnicas de reabilitação, e a maioria das cirurgias quase não implica internamento” adianta Miguel Ramos, urologista do Hospital de Santo António e membro da APU e APNUG.
O tabu e preconceito em torno da IU está muito presente na nossa Sociedade. Trata-se de uma doença que reduz drasticamente a qualidade de vida de quem dela sofre e mesmo as perdas ligeiras de urina têm implicações graves no quotidiano, afetando a relação conjugal. A Semana da Incontinência Urinária visa contrariar esta tendência e provar que existe esperança no tratamento da patologia. A marcação de uma consulta médica assim que surgem os sinais de que algo de errado se passa é o primeiro passo na cura da IU.
Sobre a Incontinência Urinária
• Segundo um estudo epidemiológico da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, a IU afeta 20% da população com mais de 40 anos. Ou seja, um em cada cinco portugueses acima dos 40 anos sofre desse problema.
• A IU é mais prevalente nas mulheres: entre os 45 e os 65 anos, a proporção de casos é de 3 mulheres para cada homem.
• Há vários tipos de incontinência. Entre as mais comuns, encontramos a incontinência de esforço, a incontinência por imperiosidade ou a mista.
• A incontinência de esforço refere-se a pequenas perdas de urina que acontecem quando o indivíduo se ri, tosse, espirra, faz exercício, se curva ou pega em algo pesado.
• A incontinência por urgência, ou imperiosidade, ocorre repentinamente, acompanhada de uma vontade súbita e intensa de ir à casa de banho.
• A incontinência mista refere-se a uma combinação da incontinência de esforço com a incontinência de urgência.
• Há ainda outros tipos de incontinência como:
- incontinência funcional – frequente em casos de demência ou lesão neurológica, como por exemplo Alzheimer ou Parkinson.
- enurese noturna, caraterizada por perdas de urina durante o sono. É frequente em crianças, mas também pode ocorrer em idade adulta.
- incontinência por extravasamento em que as perdas de urina acontecem quando a bexiga suporta grandes volumes de urina e a pressão do líquido é tão grande que ultrapassa a resistência uretral.