Para quem tal como eu é fã de Peter Jackson, e da trilogia do Senhor dos Anéis, a saga do Hobbit é algo que não se pode perder até porque conta a história do anel e dos acontecimentos que levaram a que o Senhor dos Anéis fosse possível. Confesso que me assustei um pouco com a duração do filme, aproximadamente 2h40m e pensei que talvez Peter Jackson tivesse exagerado no tempo e que iria acabar por me aborrecer em certas partes do filme. O certo é que não há uma cena que eu ache desnecessária na obra. O realizador faz todos os minutos não serem desperdiçados e, melhor que isso é que, nem sequer damos conta do tempo passar de tão embrenhados que estamos com a trama.
Martin Freeman, que representa Bilbo Baggins é hilariante, não imagino mais ninguém a encarnar tão bem o personagem. O filme não é tão centrado nele como foi o primeiro mas assim acaba por dar espaço a que histórias paralelas de outras personagens se desenrolem. Recordo, por exemplo, a de Legolas. O elfo, interpretado por Orlando Bloom, já existente no Senhor dos Anéis, tem neste capítulo uma versão direcionada para a sua vida íntima. Na saga do anel nada é indicado acerca do dele e talvez alguns pensassem, tal como eu na altura, que fosse apaixonado pela princesa Arwen (Liv Tyler). Agora com este segundo capítulo do Hobbit descobre-se que afinal ele faz parte de um triângulo amoroso com uma elfo e um anão. A elfo, interpretada por Evangeline Lilly, de seu nome Tauriel é a personagem que integra a temática do amor no filme, algo que não esteve presente no primeiro capítulo. E juntamente com ela sentimos aquela indecisão. Todos gostamos do Legolas mas também entendemos o porquê de ela sentir carinho pelo anão Kili (Aidan Turner) e quem não entende, quando vê o filme passa a entender. Acabamos por nos envolver um pouco e perceber, ou pelo menos tentar, os sentimentos de Tauriel.
Para terminar outros dos pontos fortes que destaco é a qualidade visual. Sim, sabe-se que é quase tudo a computador. Mas é tudo tão perfeito, tão trabalhado ao pormenor. Não consegue ter um ar artificial como acontece com certos filmes. Peter Jackson é um expert nesta área e leva-nos quase a acreditar que os cenários existem mesmo. E a paisagem real, tendo em conta que é a Nova Zelândia, ajuda imenso.
Tenho apenas algo negativo a apontar. A maneira como termina. Quando se vê o Hobbit já se espera que o desfecho seja em aberto, como foi o anterior e como foi com o Senhor dos Anéis, o que eu não esperava é que fosse tão em aberto. O filme acaba de maneira tão abrupta que nós próprios ficamos frustrados por ter que esperar um ano pelo próximo capítulo. O primeiro pensamento que me ocorreu foi. “Acaba assim? Não pode…” Mas pode, quem manda é o realizador, e eu estou em pulgas para o desfecho da saga.
Se o consegui convencer passe então mais logo às 21 h pelo Auditório Municipal de Resende. Se gostou do primeiro capítulo vai gostar ainda mais deste. Se não viu o primeiro filme, aconselho a ver os dois o mais rapidamente possível porque decididamente não sabe o que anda a perder…
Bons Filmes,
Raquel Evangelina