A responsável do pelouro da Educação falava a 19 de março na Escola EB 2,3 do Vale do Ovil, durante um seminário realizado pelo Sindicato dos Professores do Norte, por aquele agrupamento e pela Câmara Municipal de Baião sob o tema “A Sociedade Portuguesa e a Escola Pública”.
O debate realizou-se perante uma plateia de professores e contou com a presença do pedagogo brasileiro Max Haetinger, do presidente do Agrupamento de Escolas de Vale de Ovil, Carlos Alberto Carvalho e dos sindicalistas José Augusto Cardoso (coordenador da área sindical de Amarante do Sindicato dos Professores do Norte) e Manuela Mendonça (coordenadora do Sindicato dos Professores do Norte).
Na sua intervenção, Ivone Abreu enalteceu o trabalho dos membros da comunidade educativa – professores, pessoal não docente, encarregados de educação e responsáveis pelos agrupamentos –, atribuindo-lhes o mérito dos progressos que se têm verificado na educação do nível concelhio.
“Os indicadores permitem-nos perceber a enorme evolução que se registou no nosso concelho desde finais de 2005, altura em que metade dos nossos alunos não terminavam o nono ano e em que 70 por cento dos alunos não concluíam a escolaridade obrigatória, para o cenário que temos hoje em dia. Atualmente o abandono escolar é praticamente inexistente e o insucesso escolar reduziu-se muito. Temos igualmente registado excelentes classificações nos “rankings” de escolas e todos esses feitos enchem-nos de orgulho”, observou.
Mas Ivone Abreu descortinou também alguns riscos de retrocesso. Nomeadamente por via das medidas e dos cortes recentemente implementados pelo Ministério da Educação. “Se há consenso importante que temos que gerar na sociedade portuguesa é precisamente em torno da educação. É vital que as políticas de austeridade não comprometam tantas conquistas e tantos resultados que foram obtidos, caso contrário o preço a pagar por várias gerações e pelo país será muito elevado”, considerou.
Para Ivone Abreu a educação constitui um investimento e não uma despesa. Nesse sentido, a autarca elencou algumas medidas implementadas pela autarquia como sejam o reforço da rede de transporte escolar, a introdução das refeições ou a construção dos centros escolares. “Estas medidas constituíram a nossa prioridade e significaram um investimento médio anual de 3,7 milhões de euros, porque entendemos que sem educação um território não pode alcançar o desenvolvimento e as nossas crianças não podem aspirar a um futuro mais risonho”, notou.
Ivone Abreu, que é também responsável pelos pelouros da Formação, Qualificação Profissional, Emprego e Ensino Superior, mencionou, por fim, a aposta da autarquia na “formação ao longo da vida” e na qualificação de adultos, tendo em vista o cumprimento do direito à educação que, de acordo com a declaração dos direitos do homem, preconiza o acesso à educação e à instrução para pessoas de todas as idades. “Todos temos o direito a ter as mesmas oportunidades e os adultos não podem ser deixados para trás só porque não tiveram oportunidades de se qualificarem e estudarem durante a sua infância ou juventude”, concluiu.