Professor por vocação e dono de uma “invulgar sensibilidade” que o levou a publicar um vasto conjunto de livros infantojuvenis, Fernando Marado foi agraciado com a edição deste ano do Prémio de Mérito Cultural do Município de Lamego, entregue na noite em que o Teatro Ribeiro Conceição celebrou o sexto aniversário da sua reabertura ao público. Os elogios foram unânimes a esta personalidade que sempre se distinguiu pela atenção que dá ao pulsar da sua terra e das suas gentes. Francisco Lopes, Presidente da autarquia, considera-o uma “referência, pela paixão com que exerce a sua profissão”, enquanto que a vereadora Marina Valle enfatiza que a sua obra, quer em prosa, quer em verso, “mais não é que uma extensão do seu saber, que faz questão de partilhar com todos aqueles a quem divisa algum talento como forma de os promover”.

Muitos amigos, familiares e admiradores do seu notável percurso cultural retribuíram com a sua presença nesta Noite de Gala a dedicação que Fernando Marado dispensou ao longo de uma vida à cidade de Lamego e à região duriense.

Depois de já ter distinguido, em anteriores edições, entre outras personalidades, o escritor Joaquim Sarmento, o especialista em restauro António Vouga e o médico urologista Mário Gomes, o Pelouro da Cultura decidiu atribuir este ano o galardão a Fernando Marado. Nascido em 1941 e adepto militante da educação pela arte, coordenou incontáveis projetos nos quais as crianças foram incentivadas a estruturar e a escrever contos, fazer teatro, programas radiofónicos e atividades congéneres. Destas iniciativas, nasceram várias obras literárias, três delas publicadas em Barcelona e distribuídas em escolas da União Europeia. Para além de publicar um número considerável de livros infantojuvenis, alguns selecionados pelo Plano Nacional de Leitura, Fernando Marado também editou CD’s com letras da sua autoria e prefaciou diversas obras.
Mas antes desta consagração pública, o arranque da Noite de Gala do TRC foi animado com a subida ao palco da companhia TranÇa, um grupo de dança constituído no seio desta sala de espetáculos. Em jeito de balanço do seu sexto aniversário, Francisco Lopes recordou os “inestimáveis serviços que em termos culturais já prestou à cidade e ao Douro, um anseio da população que representou um investimento significativo”.

Os números ajudam a perceber a ligação afetiva e emocional que aos poucos foi unindo os lamecenses a este centro cultural: no ano passado, acolheu 385 iniciativas a que assistiram 49 030 pessoas. Desde que reabriu as suas portas, passaram por ali inúmeras personalidades e grandes nomes do meio artístico nacional, sem esquecer as companhias internacionais que pela primeira vez atuaram aqui no nosso país.

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