Este é um retrocesso social de enorme dimensão, que tem que nos convocar a todos. Estão em causa concidadãos nossos, principalmente os desempregados e as famílias com filhos a cargo.
Mas estes dados revelam uma outra realidade ainda mais dura, sob o ponto de vista social. É que se agravaram as desigualdades no nosso país: o rendimento dos 20% mais ricos passou a ser seis vezes superior ao dos 20% mais pobres, que era de 5,8.
Estamos, portanto, a trilhar um caminho ideologicamente impiedoso para com aqueles que mais precisam, tendo-se aprofundado as assimetrias que se vinham esbatendo de forma consistente.
E como corolário desta governação de direita também a pobreza mais severa se agravou ao atingir, em 2013, 10,9% da população, mais 2,3% do que no ano anterior.
Ora estes indicadores, se dúvidas existissem, são a confirmação de que o caminho desta “austeridade reforçada” e dos cortes nas políticas sociais está errado.
Aquela ideia peregrina que o governo e a maioria propalavam, dizendo que estavam a poupar os mais frágeis e que a distribuição dos sacrifícios era socialmente justa, como se vê, não colhe.
Estamos, portanto, não só num país com um maior número de pobres, mas em que os pobres são cada vez mais pobres.
Só em 2013 foram feitos cortes elevados nas prestações sociais de combate à pobreza, menos 52 mil no RSI e menos 18 mil no CSI. É a direita no seu esplendor, que sempre estigmatizou estes apoios sociais às pessoas.
É pois, neste contexto, que o PS está a desenvolver um conjunto de iniciativas junto de instituições de apoio social com vista a avaliar o estado do país e das políticas sociais em curso.
Às instituições, já não lhes bastando o aumento da pobreza, ainda estão a ser confrontadas com uma diminuição dos recursos financeiros.
É tempo de parar, tempo de mudança! Parafraseando Almeida Garret, não podemos continuar a condenar portugueses à pobreza e à miséria para continuarmos a produzir cada vez mais ricos!