O filme retrata e passo a citar. “A história verídica do corretor da bolsa nova-iorquino Jordan Belfort. Do sonho americano à ganância empresarial. Belfort passa de ações de pouco valor e dos ideais de justiça para as OPV e uma vida de corrupção, no final dos anos 80. O sucesso excessivo e a sua gigantesca fortuna aos vinte e poucos anos, enquanto fundador da corretora Stratton Oakmont, deram a Belfort o título "O Lobo de Wall Street". Muito se falou acerca desta película que era uma das favoritas ao Óscar de Melhor Filme. Sou fã do realizador e nunca duvidei da sua qualidade cinematográfica. Desde o “Touro Enraivecido”, passando pelo “Tudo bons rapazes” e o “The Departed- Entre Inimigos”, o meu favorito, é inegável que Martin Scorsese sabe presentear-nos com bom cinema. Até mesmo quando coloca de lado a violência e mistério que fazem parte do seu cunho pessoal e realiza um filme, arrisco a dizer, dócil como “A invenção de Hugo”. “O Lobo de Wall Street” não é o meu filme favorito do realizador, talvez por ser adaptado de uma biografia o que fez com que Scorsese não pudesse dar largas à sua fantástica imaginação, mas não é por isso que não deixa de ter mérito. Pelo contrário, são 180 minutos de numa montanha russa. O início, mais calmo, conta a entrada de Jordan Belfort no mundo de Wall Street e a reviravolta que a sua vida sofreu. Vemos a transformação de um jovem inocente num milionário corrupto viciado em droga e sexo. Intrigas, traições, tudo acontece na vida do corretor de bolsa a partir do momento que começa a vender ações duvidosas que só lhe trazem dinheiro. Depois é uma roda-viva de investigações, jogo sujo, fugas ao fisco, bebedeiras e festas, muitas festas. Por vezes até custa a acreditar que aconteceu mesmo, de tão surreal que certas situações são. O maior inconveniente será mesmo o facto de o filme ter 3 horas. Mas acaba por ser necessário para mostrar a ascensão e a queda que se sucedeu. São 3 horas de “forrobodó” com a previsível decadência que durante a visualização vamos antevendo mesmo que não tenhamos lido a biografia de Belfort.
Mas mérito maior que o filme, é o de Leonardo DiCaprio. Apesar de não constar na minha lista de preferências, o actor fez um excelente trabalho, aliás como todas as parcerias que tem com Scorsese. Leonardo que já esteve nomeado 4 vezes, viu novamente o Óscar a escapar-lhe, apesar de achar que se merecia ganhar era este ano. Fez um trabalho soberbo e ficamos mesmo de boca aberta quando o actor faz uma cena na qual com uma overdose tem que rastejar até ao carro para conseguir chegar a casa. Matthew McConaughey que também entra em “O Lobo de Wall Street” foi o vencedor mas pela sua prestação em “O Clube Dallas”. Resta esperar pela próxima parceria entre o actor e o realizador que por certo terá imensa qualidade e quem sabe o merecido prémio para DiCaprio. Posto isto, fica aqui a minha sugestão cinematográfica deste mês, vá até ao auditório dia 30, deixe-se envolver pela espiral de emoções e adrenalina que Scorsese nos oferece, ele que nunca nos desilude. E caso seja mais susceptível prepara-se para ouvir a palavra Fuck imensas vezes… 506 para ser exacta.
Bons Filmes,
Raquel Evangelina