Rui Cernadas admitiu apenas que o encerramento possa ocorrer de forma gradual, o que, frisou, já está a ser analisado com os presidentes das duas câmaras municipais.
Em declarações à Lusa, em Penafiel, onde hoje participou nas comemorações dos 35 anos do Serviço Nacional de Saúde, organizadas pelo Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, o dirigente da ARS-N sublinhou que o encerramento daqueles serviços em Baião e Resende decorre da pouca procura.
À Lusa, admitiu também ter sido o autor da decisão técnica de encerramento.
Rui Cernadas avançou que, em média, apenas 1,5 utentes recorrem por noite ao atendimento nos dois centros de saúde, o que considerou insuficiente e não justificar o custo de 250.000 euros anuais associado ao funcionamento dos serviços reclamados pelos autarcas.
No dia 28 de agosto, os presidentes das câmaras de Baião e Resende anunciaram, em comunicado, que os centros de saúde daquelas localidades iriam manter-se a funcionar durante a noite.
A posição de José Luís Carneiro, de Baião, e Manuel Trindade, de Resende, contrariava o anúncio feito naquele dia pela Administração Regional de Saúde do Norte de que o atendimento noturno (das 24:00 às 08:00), devido à "pouca procura de doentes", deixaria de funcionar nos dois centros de saúde, a partir de domingo.
No documento conjunto enviado pelos municípios à Lusa, podia ler-se que "os centros de Saúde de Baião e de Resende continuarão a funcionar 24 horas por dia, como até aqui", acrescentando-se que "a informação foi prestada por entidades oficiais aos autarcas".
Anunciava-se também que para as semanas seguintes estavam previstas reuniões entre os autarcas e os responsáveis da ARS-N e da Secretaria de Estado da Saúde.
Contudo, Rui Cernadas disse hoje à Lusa que nas conversas que estão a ser mantidas com os dois presidentes de câmara, envolvendo o secretário de Estado da tutela, estuda-se um eventual período de transição para adaptação da população.
"Pedimos a compreensão deles para possibilitar uma solução que rentabilize os recursos", comentou.
Em aberto estão várias possibilidades, incluindo o funcionamento alternado, semana a semana, entre os serviços dos dois concelhos vizinhos ou a manutenção do atendimento noturno apenas durante o fim de semana.
Ainda a propósito dos custos do atendimento noturno em Baião e Resende, o representante da tutela da saúde no norte do país admitiu que ficava mais barato à ARS-N pagar a um táxi para transportar os doentes ao hospital de Penafiel.
APM // JGJ
Lusa/fim