Confesso que não sou grande fã de ficção científica e apesar de todo o charme inegável de George Clooney não faço parte do clube de fãs, nem dele nem da Sandra Bullock. O que me desafiou a ver o filme foi mesmo o facto de estar nomeado para os prémios da Academia e de perceber como é possível fazer uma hora e meia de filme com uma pessoa sozinha no espaço. Confesso que o filme me surpreendeu. Talvez pelo facto de ter as expectativas completamente em baixo, ou talvez por ser do Alfonso Cuarón um dos maiores nomes do cinema latino na actualidade. O que aconteceu, eu sei que pode parecer cliché, é que realmente senti a falta de gravidade. Fiquei sem respiração e senti o pânico de não ter terra firme por baixo dos pés e de estar fechada numa nave com escasso oxigénio. Colocamo-nos no lugar da Ryan e sentimos todo o pânico, o que queriamos viver e não chegamos a fazer, as palavras não ditas, o arrependimento de certos actos que tivemos com quem amamos, o medo de falhar, de não nos salvarmos e de ainda não termos feito nem metade do que gostaríamos. “Gravidade” é tensão do princípio ao fim, é aflição, é asfixia, e acima de tudo é um filme que não vai querer perder.
Bons Filmes,
Raquel Evangelina