A Federação de Viseu do Partido Socialista não pode deixar de manifestar o seu grande desagrado ao verificar que o distrito continua ver-se arredado das grandes opções e esquecido no que diz respeito às suas necessidades de desenvolvimento.
Nesta altura do ano e com as opções agora apresentadas, o Governo parece antes querer que todos acreditemos no Pai Natal no que diz respeito aos investimentos rodoviários dos próximos anos.
1. Assim, apesar de no Plano de investimentos 2015-2020 estar inscrita a ligação do IP3 Coimbra- Viseu, o que por si não constitui novidade, permanecem as dúvidas relativas ao avanço desta obra;
2. A EP - SA reconhece que “foram ponderadas alternativas potenciadoras do património existente face ao estudo que pressupunha um traçado novo na totalidade da extensão”;
3. A isto equivale dizer que não está ainda consolidado o futuro traçado, depois de inúmeros estudos efetuados ao longo de tantos anos;
4. Por outro lado, aponta-se para o “faseamento da construção, nomeadamente que considere a disponibilização faseada dos diferentes troços, dando prioridade aos que se inserem em zonas cuja procura de tráfego é mais elevada (Coimbra e Viseu), cuja receita de portagem contribuirá para o financiamento dos restantes troços”;
5. O que quer dizer que não só não estão garantidos em tempo próprio os meios de financiamento, como se faz depender o avanço desta infraestrutura da expectativa de pagamentos dos futuros utentes.
Para o Presidente da Federação de Viseu do PS, António Borges, “ trata-se de um plano que, desde logo, deixa as piores expectativas para o financiamento e para o prazo de execução da nova ligação Viseu- Coimbra. Para além disso, permanecem esquecidos outros investimentos prioritários em muitos concelhos do distrito que continuam a ter das piores acessibilidades do país”.
Sendo esta a única ação inscrita no Plano de Investimentos para Viseu, no que ao Plano de Proximidade 2015-2019 diz respeito, somos levados a concluir que o valor anual para todos os 24 concelhos do distrito é de 5,7 milhões, acrescidos de mais 2 milhões para conservação corrente, defrauda quaisquer expectativas relativamente a políticas que atenuem os efeitos da interioridade.
Estamos a falar de 33 ações direcionadas sobretudo para marcações rodoviárias, manutenção de equipamentos semafóricos, sinalização, beneficiação das atuais estradas e eliminação de constrangimentos existentes, revelando-se demasiado exíguas, tendo em conta as reais necessidades do distrito.
Importa sublinhar que, para os socialistas de Viseu e honrando o sentido coerente das suas propostas, sempre elegeram como investimentos prioritários a autoestrada Viseu – Coimbra; o IC12; as ligações de Viseu a Nelas e ao Sátão; o IC 26 que garante a ligação de Lamego, Tarouca, Moimenta da Beira, Sernancelhe e Penedono à A25 e ao IP2; a ligação S. João da Pesqueira, Tabuaço e Armamar à A24 no nó de Valdigem, incluindo a ligação do nó de Barcos, em Tabuaço, ao IC 26 em Moimenta da Beira; o troço Cinfães – Marco da EN211 na ligação à A4; e a EN 222-2, servindo Resende com ligação à A24 e à A4, com intersecção na Ponte da Ermida.
Se é verdade que no passado e noutros pontos do país se fizeram investimentos que podem ser discutíveis, assiste-se hoje, em muitos concelhos de Viseu, a um crescente desprezo pelo combate às assimetrias alimentadas por políticas de litoralização do país.
Com este Plano de Investimentos o Governo vem consolidar a sua falta de vocação e sensibilidade para os problemas do distrito de Viseu, não encontrando, ou não querendo encontrar, novas e boas soluções no arranque de um novo quadro comunitário.