1º - O ano de 2014 revelou que, em Castro Daire, Família, Amigos e Solidariedade são celebrados, diariamente, e não apenas no Natal.
Pena é que, nem toda a Família e nem todos os Amigos, sejam vistos da mesma maneira. De facto, a família e os amigos de quem exerce o poder e de quem é eleito para fazer oposição, saem, nesta celebração diária dos valores natalícios, claramente, beneficiados, relativamente aos demais Castrenses. Não faltam exemplos de familiares e amigos beneficiados e/ou cujos interesses são defendidos, não por causa da justiça social daí decorrente, mas sim pela relevância da sua ligação pessoal e/ou partidária. São tais exemplos conhecidos de todos, pelo que nos dispensamos de os elencar.
E bastará, para perceber como o valor solidariedade é visto por quem está no nosso executivo municipal, atentar, nas diversas movimentações dos partidos políticos que os apoiam, na ânsia de conquistar as diversas instituições de importância social e no modo em que são instrumentalizadas tais obras.
2º - O ano de 2014 revelou, também, que o poder político central escolheu Castro Daire para ser um exemplo do ataque da capital ao Interior do País.
O encerramento do nosso Tribunal é um claro exemplo desse ataque. Disseram muitos que aquele órgão de soberania não encerraria e que aqui se manteria uma «secção de proximidade», com a dignidade e valências de um normal Tribunal. PS e PSD fizeram, aliás, comunicados festejando tal «conquista». Os factos demonstram, exactamente, o contrário do que foi celebrado, por aqueles partidos políticos, mais interessados em desculpar-se, pela sua inércia, do que em lutar pelos interesses do Concelho. Quantos julgamentos decorreram em Castro Daire, após o encerramento da Comarca? Quantas deslocações tiveram os Castrenses que fazer a Viseu, para a realização de diligências judiciais? Quem não viu, ainda, o aspecto desolador da secção do Tribunal, vazia de processos e funcionários?
Mas se o poder político central é culpado deste ataque ao Concelho, os responsáveis políticos locais não podem afastar de si a responsabilidade, sobre as reais causas que levaram ao encerramento do Tribunal. Na verdade, Castro Daire, com os sucessivos executivos municipais, governados por PSD e PS, perderam todas as oportunidades para tornar o Concelho atractivo para as pessoas e para o investimento privado. Com isso, a economia local perdeu vitalidade e os nossos conterrâneos viram-se obrigados a sair daqui à procura das oportunidades que lhes faltam. Com a ausência de pessoas e riqueza vieram a menor utilização dos serviços públicos essenciais. E assim se criou a tempestade perfeita que permitiu ao poder politico central ver o nosso Concelho, como o elo mais fraco. E não vale a pena aos representantes locais de PS e PSD dizer que nada podiam fazer, porque são os mesmos que sempre representaram e/ou apoiaram quem constituiu o executivo da nossa autarquia.
3º - O ano de 2014 revelou ainda que a teimosia, a falta de capacidade de diálogo, a inexistência de critérios na condução do interesse público e a incapacidade de perceber o real papel que cabe aos políticos, continuam a ser predicados de quem compõem o executivo municipal.
Na verdade, só assim se explica que continuem a fazer-se obras de duvidosa utilidade em Castro Daire, como a famigerada duplicação de via da avenida Maria Alcina Fadista. Só assim se explica que os conflitos verificados naquela obra se prolonguem por tanto tempo. Só assim se explica que, em vez de se promover uma obra de requalificação do abastecimento de água aos munícipes, que assegure a boa qualidade da mesma, se aposte em construir uma piscina descoberta, na sede do Concelho. Só assim se explica também que, em vez de defender os interesses do Concelho, apresentando soluções alternativas, a oposição eleita para o executivo, se entretenha a fazer um papel de repórter fotográfico. E, finalmente, só assim se entende que o ano de 2014 tenha sido mais um dos que o executivo municipal no seu todo, tenha perdido as oportunidades que se criaram para captação de investimento privado e de criação de emprego, tao necessários à criação de riqueza e oportunidades, para os Castrenses.
4º - O ano de 2014 revelou também que PS e PSD continuam a viver das obras de fachada e das promessas, muitas vezes vazias e repetidas, para manter o seu poder em Castro Daire, esquecendo o interesse dos munícipes.
Por um lado, a utilização de programas temporários de emprego, permitem ao PS cumprir as muitas promessas de emprego. Nada contra temos quanto á criação de postos de trabalho e quanto á criação de oportunidades para os Castrenses. Gostaríamos era que tais oportunidades fossem reais e não virtuais, permanentes e não temporárias e permitissem a verdadeira fixação dos nossos conterrâneos.
Por outro lado, a utilização de uma promessa antiga e que faz parte do plano de obras de proximidade da empresa Estradas de Portugal, há 10 anos, para tentativa de capitalização de votos, pelo PSD local, é mais uma prova do seu desencontro com a realidade. De facto, em boa hora se verifica que a empresa Estradas de Portugal, recoloca no seu plano de proximidade, para o período de 2015-2019, a reparação da estrada nacional 225, entre Castro Daire e o limite do Distrito de Viseu. Estando a referida obra orçamentada em cerca de 3,5 milhões de euros, esperamos que a mesma seja, efectivamente lançada no ano previsto (2016) e não ocorra, como anteriormente, que, estando prevista e com o lançamento calendarizado para 2012, foi adiada para as calendas gregas. Mas afirmar que constitui uma conquista partidária é tao real, como a promessa feita, em 2009, pelo candidato do PS à Camara Municipal de Castro Daire.
Finalmente, no ano de 2014 que iniciativas levou a cabo o executivo municipal, seja por sugestão do PS, seja por proposta do PSD para dinamizar o comércio local, aproveitando a comemoração dos 500 anos de foral do Concelho? Que iniciativa municipal celebrou e deu relevo ao comércio local na época de natal? Que propostas de PS e PSD foram levadas a cabo para dar visibilidade ao Concelho?
Feito o balanço do ano de 2014, expressamos aqui os votos de um SANTO NATAL e um PRÓSPERO ANO NOVO, a todos os nossos conterrâneos. Damos também as nossas boas vindas, a todos os nossos estimados migrantes e emigrantes, neste seu regresso, ainda que temporário, a casa.
Finalmente, despedimo-nos, com amizade, comprometendo-nos a, em breve, fazer eco das nossas expectativas para o futuro ano de 2015.