Num momento em que muitos portugueses reclamam a necessidade de corrigir as assimetrias que se evidenciam, que cavam um fosso cada vez mais fundo entre o Interior e o Litoral, José Carrapatoso, Presidente da Assembleia Municipal, defendeu que todos devem ser tratados por igual, sem voltar a discriminar quem vive nesta região: “O desencanto que sentimos quando constatamos que o Interior do País, se encontra cada vez mais desertificado, fruto do esvaziamento progressivo de instituições e serviços, da desqualificação e encerramento de serviços básicos de apoio às populações do Interior e de vicissitudes várias, conduzem ao notável esvaziamento demográfico, agravado pelo desemprego crescente, fruto da falta de investimento que a atual crise económica mundial tornam mais marcante”. E não faltam exemplos, na sua opinião, a nível local que ilustram a ausência de investimento e o avolumar das dificuldades: “O encerramento e desqualificação dos tribunais, a desqualificação do Hospital de Lamego, o encerramento de vários jardins de infância e a centralização das escolas do 1º ciclo nos agrupamentos escolares, o que deixa as aldeias e freguesias rurais cada vez mais vazias e envelhecidas”.
Mais uma vez, os autarcas, os representantes de diversas instituições locais e muitos cidadãos anónimos participaram no programa de comemorações deste aniversário da Revolução dos Cravos. Uma celebração composta pela realização de diversas iniciativas de índole social, cultural e desportiva que visou manter viva a memória dos ideais de Abril. Do programa destacou-se a realização da sétima Assembleia Municipal do Futuro subordinada ao tema “Promoção do património histórico/cultural da região e sua rentabilização”, um fórum de debate juvenil participado por alunos de diversas escolas do ensino secundário.
A proclamação dos valores da Liberdade e da Democracia também passou, na noite de 24 de abril, pelo palco do belo Teatro Ribeiro Conceição com a realização de um espetáculo cultural dinamizado pelas freguesias do concelho.