Estas jornadas, que decorreram nos dias 26, 27 e 28 de março, tiveram 200 participantes e contaram com 18 comunicações orais e 40 sob a forma de poster. No seu conjunto, destacaram-se algumas revelações científicas notáveis. César Benito, investigador da Universidade Complutense de Madrid, apresentou uma nova espécie vegetal, o Brachypodium distachyon, cujo genoma foi recentemente sequenciado, referindo-se ao interesse desta espécie como modelo para estudos de tolerância ao alumínio em cereais. Por sua vez, Leonor Cecílio, da Universidade de Lisboa, deixou uma visão epigenética do desenvolvimento do sobreiro (Quercus suber), e Manuel Bicho, da Faculdade de Medicina de Lisboa, abordou temas muito recentes e emergentes na área de Genética Humana relativos à Farmacogenética e Ecogenética falando do passado, presente e desafios futuros dessas duas áreas promissoras com vista a uma Medicina cada vez mais personalizada.
Nestas jornadas, estiveram ainda em evidência as recentes descobertas de novos fatores moleculares envolvidos no splicing alternativo e na poliadenilação alternativa e o seu envolvimento na regulação da expressão de genes relacionados com a saúde e doença em humanos, numa apresentação feita por Alexandra Moreira, do IBMC. Armand Sánchez, do Departamento de Genética Animal da Universidade de Barcelona, falou sobre a importância do polimorfismo genético detetado nos recetores Toll-like que constituem os sensores primários de agentes patogénicos, sublinhando a importância dessa variabilidade na resposta imunitária e suscetibilidade a infeções e a doenças autoimunes em animais nomeadamente no cão e no porco. Outro reputado cientista, Ricardo Lopes, do CIBIO, veio à UTAD apresentar vários exemplos da aplicação da Genética e da Genómica na conservação da biodiversidade genética de animais selvagens.
Também a vertente de Empreendedorismo na área de Biotecnologia Agrária e Humana não foi esquecida, contando com intervenções de Fernanda Leal, da UTAD, sobre as novas oportunidades para inovação e empreendedorismo da Cultura in vitro de células vegetais, bem como de Joana Correia, do Centro de Neurociências e Biologia Celular, que abordou o desenvolvimento de uma terapia inovadora para o tratamento de feridas crónicas numa perspetiva “desde o laboratório até ao projeto de negócio”.
Finalmente, a Bioética, um tema sempre muito polémico na área de G&B, fechou o programa das jornadas com uma conferência de Rui Nunes, da Faculdade de Medicina do Porto e Presidente da Associação Portuguesa de Bioética, que lançou sérios desafios para uma reflexão sobre questões como: até onde poderá ir a Genética?