Resende, Viseu, 17 mai (Lusa) -- Os produtores de cereja do concelho de Resende, no norte do distrito de Viseu, preveem que se o bom tempo se mantiver a produção deste ano terá qualidade e quantidade.
Depois de, no início deste mês, ventos fortes terem destruído grande parte da cereja que estava madura, as perspetivas são agora mais animadoras.
"O mau tempo destruiu-nos 60% da cereja mais precoce. Mas, no que respeita à serôdia, se o tempo continuar assim, o prejuízo ficará entre os 20 e os 30%, porque ainda estava numa fase mais verde", explicou à agência Lusa o presidente da associação de promoção CER Resende -- Cerejas de Resende, Rogério Silva.
Também o presidente da Câmara de Resende, Garcez Trindade, disse estar otimista e acreditar que no Festival da Cereja, a realizar no último fim de semana deste mês, haverá muita cereja de qualidade para vender.
"Tivemos um tornado que deu cabo da primeira cereja. Esta é a região do país onde há cereja mais cedo e foi essa que foi abalada. Mas, felizmente, iremos ter um bom ano de cereja", considerou.
As primeiras cerejas de Resende a serem colhidas são as da zona ribeirinha ao Douro e, só mais tarde, as da zona serrana.
O microclima duriense dá à cereja de Resende uma das suas principais vantagens, que é a de conseguir chegar ao mercado duas semanas antes do que a do resto do país.
O pico da colheita da cereja acontecerá a partir do dia 25, num concelho que, anualmente, produz "entre 3.500 e 4.000 toneladas" deste fruto.
"Comecei a apanhar cereja há 15 dias e pretendo fazê-lo até meados de julho, se o tempo deixar. Mas uma só noite é suficiente para destruir o esforço de um ano inteiro", lembrou.
Segundo o presidente da Câmara de Resende, no Festival da Cereja estarão entre 130 e 140 produtores. Na edição do ano passado foram vendidas 100 toneladas de cereja durante o fim de semana.
Atendendo à importância que a cereja tem para a economia local, a autarquia quer aproveitar as possibilidades de financiamento do novo quadro comunitário, através do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR).
"É um trabalho que irá iniciar-se em Resende no sentido de fazer algum ordenamento da produção da cereja, com o objetivo principal do aumento da escala de produção, para que haja possibilidade de passarmos à fase da internacionalização, do registo e certificação da marca", explicou Garcez Trindade.
Paralelamente, acrescentou, há também o objetivo de melhorar a qualidade da cereja, com o apoio técnico e científico da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro.
"Há toda uma estratégia que estamos a iniciar no sentido de projetarmos ainda mais a cereja de Resende, porque efetivamente é o que mais contribuiu para o desenvolvimento económico do nosso concelho",